Escolas. Reforço de prevenção põe "centenas" em isolamento no Alto Minho

O delegado distrital de Saúde Pública de Viana do Castelo disse hoje que as novas medidas cautelares da Direção-Geral da Saúde colocaram centenas de pessoas das escolas da região em isolamento profilático para "estancar" a propagação da covid-19.

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Lusa
19/04/2021 20:27 ‧ 19/04/2021 por Lusa

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Covid-19

"Não há motivos para alarme social. É uma medida cautelar de saúde pública. O número de alunos infetados pela doença não aumentou em relação a janeiro, nem pouco mais ou menos. Agora estratégia mudou, é outra e está relacionada com a transmissibilidade entre os alunos, eventualmente da variante inglesa. Estamos a acautelar a saúde publica", afirmou hoje à agência Lusa, Luís Delgado.

O responsável explicou que o objetivo daquela medida determinada pelo Ministério e pela Direção Geral da Saúde (DGS) "é o de estancar de imediato qualquer eventual surto" do vírus SARS-Cov2.

"Nós sabemos e temos dito à senhora diretora geral da saúde que, de facto, o impacto social é muito mais complicado. Sabemos disso, mas sabemos que não gostaríamos de ter as medidas que tivemos em janeiro. A ver se conseguimos estancar isto", referiu.

Nos dez concelhos do Alto Minho há, segundo Luís Delgado, "no conjunto de alunos, professores, funcionários e que coabitantes, são centenas as pessoas em isolamento profilático pertencentes a escolas de Viana do Castelo, Vila Nova de Cerveira e Melgaço".

O responsável da autoridade de saúde admitiu que a medida "é muito penosa para os professores e para os pais".

"Sabemos disso e comunicámos isso à senhora diretora geral da saúde, mas a determinação que temos é essa. Houve vários pais e diretores de agrupamentos escolares que nos têm questionado, mas o que respondemos é que se trata de uma medida cautelar de saúde pública", frisou.

Segundo Luís Delgado a determinação "é que, em caso de confirmação de infeção, todos vão para isolamento profilático. Isso é o grande problema. De facto, cria um impacto social muito grande, como é óbvio. Para nós é muito complicado, mas é a determinação que nós temos", observou.

A DGS reforçou junto das escolas e delegados de saúde as medidas de vigilância sobre a circulação de novas variantes de covid-19 e a deteção de surtos nas escolas, que incluem a suspensão de atividades.

Segundo uma "Determinação da Autoridade de Saúde Nacional", a que a agência Lusa teve acesso, caso seja detetado um caso positivo numa turma deve ser determinada, "de imediato e preventivamente" pela autoridade de saúde local "a suspensão de atividades da turma, para salvaguarda da saúde pública", enquanto se aguardam os resultados laboratoriais dos testes moleculares (PCR).

Se o caso positivo tiver sido detetado com um teste rápido de antigénio e o teste PCR confirmatório der negativo será levantada a suspensão de atividades da turma, mas se o teste molecular for positivo, "toda a turma deve ser testada com testes rápidos de antigénio, desde que disponíveis, sendo imediatamente isolada profilaticamente por 14 dias", refere o documento assinado pela diretora-geral da Saúde, Graça Freitas.

"Mediante análise de risco realizada pela autoridade local, a estratégia de testagem deve ser tendencialmente aplicada a toda a escola, priorizando-se a sua execução nas turmas consideradas de maior risco", sublinha o documento.

Perante a existência de outros casos confirmados, deve ser ponderado de imediato, o encerramento de mais turmas ou de toda a escola, adianta.

Contactada pela Lusa, uma fonte da DGS explicou que "esta determinação foi emitida pela primeira vez em 4 de abril, na sequência da abertura letiva presencial em idades mais jovens, com o objetivo de reforçar a vigilância epidemiológica, a testagem e a identificação genómica de estirpes, atenuando o potencial impacto do desconfinamento destes grupos etários na epidemia".

A pandemia de covid-19 provocou, pelo menos, 3.020.765 mortos no mundo, resultantes de mais de 141,2 milhões de casos de infeção, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

Em Portugal, morreram 16.946 pessoas dos 831.221 casos de infeção confirmados, de acordo com o boletim mais recente da Direção-Geral da Saúde.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de 2019, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Leia Também: Surtos em escolas. DGS reforça vigilância e prevê suspensão de turmas

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