Autarca de Odemira quer do Governo fim "imediato" da cerca sanitária
O presidente da Câmara de Odemira, José Alberto Guerreiro, revelou hoje que vai exigir ao Governo o fim "imediato" da cerca sanitária decretada para duas freguesias do concelho, por considerar que "a situação está controlada".
© Lusa
País Covid-19
"Depois da decisão da assembleia municipal, não só estou mandatado para o exigir, como já era uma determinação da câmara municipal e julgo que estão reunidas as condições para o fazer de imediato, não apenas na quinta-feira", frisou o autarca, em conferência de imprensa, em Odemira.
Questionado pelos jornalistas sobre a necessidade de o Conselho de Ministro ter de se reunir para tomar uma decisão, José Alberto Guerreiro lembrou que a Assembleia Municipal de Odemira (AMO) reuniu-se "extraordinariamente a um domingo, às 15:00".
"Julgo que não será difícil reunir o Conselho de Ministros, por videoconferência e de outra forma, para tomar uma decisão que é justa e que é reivindicada por todos os representantes da população de Odemira", sublinhou.
As freguesias de Longueira-Almograve e São Teotónio, no concelho de Odemira, distrito de Beja, estão em cerca sanitária, desde 30 de abril, por causa da elevada incidência de covid-19, sobretudo entre os trabalhadores agrícolas, muitos deles imigrantes.
No domingo, na reunião extraordinária, a AMO de Odemira aprovou por unanimidade uma tomada de posição que, entre várias medidas estruturais e de combate à pandemia de covid-19 no concelho, exige ao Governo o fim da cerca sanitária nas duas freguesias.
"Estamos em crer que esta situação terminará rapidamente se houver bom senso", afirmou hoje o presidente da câmara, em conferência de imprensa, nos Paços do Concelho, depois participar em várias reuniões relacionadas com a situação da pandemia de covid-19 no seu território.
O autarca indicou que o concelho "está abaixo dos 240 casos por 100 mil habitantes", destacando que, na freguesia de Longueira-Almograve, "o índice de infeção é zero" e que "desde o início da cerca não houve nenhum novo caso".
Já São Teotónio, tem "um índice de infeção com 550 casos por 100 mil habitantes", precisou, notando, contudo, que esta freguesia tem "muito mais população a trabalhar e residente do que aquela que entra no cálculo".
"Há oito concelhos que estão com índices superiores a Odemira", pelo que "não vemos razão nenhuma para se manter esta cerca e acho que deve acabar de imediato", insistiu, revelando que a autoridade de Saúde, presente na reunião de hoje da 'task force' do concelho, "corrobora" esta posição.
O autarca disse acreditar que "a situação está controlada" no concelho e que estão "reunidas as condições" para o Governo pôr fim à cerca sanitária nas duas freguesias.
"Com os índices de vacinação e de testagem que já apresentamos e com os valores que são referidos, tanto para o concelho, como para a zona da cerca sanitária, há condições para acreditar que estamos com a situação sanitária controlada", sustentou.
Odemira "é um dos concelhos do país com maior índice de testagem", o que significa que tem "maior probabilidade de identificar infetados", dando como exemplo a realização de "mais de 2.000 testes no últimos três dias", afirmou.
Segundo o despacho do Governo, publicado na sexta-feira à noite em Diário da República, a entrada nas freguesias de São Teotónio e Longueira-Almograve para o "exercício de atividades profissionais" e para o "apoio a idosos, incapacitados ou dependentes e por razões de saúde ou por razões humanitárias" depende da apresentação de comprovativo de teste PCR negativo realizado nas 72 horas anteriores ou teste rápido antigénio negativo realizado nas 24 horas anteriores.
A saída das duas freguesias pelos mesmos motivos depende também de apresentação de novo teste rápido de antigénio com resultado negativo, realizado nas 24 horas anteriores.
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