"Vou à Guiné-Bissau, para onde tinha convite já muito antigo", afirmou na semana passada o chefe de Estado português, que em outubro de 2020 recebeu em Lisboa o Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, também em visita oficial.
Marcelo Rebelo de Sousa tem chegada a Bissau prevista para hoje ao final da tarde, vindo de Cabo Verde, e estará na capital guineense até ao fim do dia de terça-feira.
Hoje tem um encontro com representantes da comunidade portuguesa, numa unidade hoteleira. Estimativas oficiais indicam que vivem na Guiné-Bissau cerca de 2.500 portugueses, mas muitos não estão permanentemente no país.
O programa concentra-se na terça-feira, com uma série de encontros institucionais, a começar pelo seu homólogo, Umaro Sissoco Embaló, que o receberá no Palácio da Presidência, em Bissau, para um encontro seguido de declarações à imprensa e de um almoço.
Antes, o Presidente português irá à Fortaleza Amura depositar coroas de flores nos túmulos de Amílcar Cabral e João Bernardo "Nino" Vieira, em homenagem aos heróis da luta da independência.
Após o encontro com o chefe de Estado guineense, o programa inclui uma homenagem aos antigos combatentes portugueses da guerra colonial sepultados no cemitério de Bissau - onde há três anos esteve o presidente do PSD, Rui Rio, numa visita à Guiné-Bissau por ocasião do Dia de Portugal concertada com Marcelo Rebelo de Sousa, que assinalou esse 10 de Junho de 2018 em Cabo Verde.
Depois, o chefe de Estado e Estado português irá reunir-se com o presidente do parlamento, Cipriano Cassamá, e líderes das bancadas parlamentares. O último ponto desta visita será um encontro com o primeiro-ministro guineense, Nuno Gomes Nabiam, no Palácio do Governo, em Bissau.
A Guiné-Bissau foi a primeira colónia portuguesa em África a tornar-se independente. A independência foi proclamada unilateralmente em 24 de setembro de 1973, decorrida uma década de luta armada, e reconhecida por Portugal um ano mais tarde, a seguir ao 25 de Abril, em 10 de setembro de 1974.
Mário Soares foi o último Presidente português a realizar uma visita oficial à Guiné-Bissau, em 1989.
Em entrevista à RTP, na quinta-feira, respondendo a protestos contra esta visita, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que acontece "na sequência de uma eleição presidencial [de Umaro Sissoco Embaló, em dezembro de 2019] que foi reconhecida por missões da União Europeia e outras missões internacionais", acrescentando: "Nunca tive dúvidas nenhumas em ir".
"Se a política externa circunscrevesse o relacionamento entre Estados àqueles que perfilham sempre e apenas a nossa conceção de sistema político económico e social, eu não tinha ido a muitos países a que fui - eu e os meus antecessores todos - nem tinha recebido chefes de Estado de países que foram recebidos por mim e pelos meus antecessores. Por maioria de razão, sendo um país da CPLP", argumentou.
Leia Também: Marcelo realiza hoje quarta visita oficial a Cabo Verde