O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa foi esta terça-feira agraciado com a medalha Amílcar Cabral", "a mais alta condecoração" na Guiné-Bissau. O chefe de Estado português recebeu a distinção "pelo seu notável esforço no sentido da aproximação e melhoramento da cooperação das relações entre Portugal e a Guiné-Bissau".
Nas declarações durante a cerimónia de condecoração, Umaro Sissoco Embaló realçou a importância da visita de um Presidente português, algo que não acontecia há 31 anos.
"Em meu nome e em nome de todos os guineenses, quero dar-lhe as boas-vindas à República da Guiné-Bissau (...) Quero expressar a minha gratidão ao povo português pelo caloroso e fraterno acolhimento que tive aquando da minha visita oficial a Portugal em outubro de 2020", começou por dizer Sissoco Embaló, sublinhando o "período longo" após a última visita oficial de um chefe de Estado português.
O Presidente da Guiné-Bissau aproveitou a ocasião para "convidar empresas portuguesas" a irem ao seu país explorar as oportunidades de investimento nos setores prioritários como a agricultura, energia, turismo e pescas.
A terminar a declaração, Sissoco Embaló expressou que as relações entre a Guiné-Bissau e Portugal ficaram ainda mais próximas com a visita de Marcelo para "fortalecer os laços de amizade e cooperação que unem os dois povos". O chefe de Estado guineense assumiu aliás, que a visita de um Presidente português é mais importante do que a visita de qualquer outro presidente de outra nação.
"Cada vez que eu recebo a visita de um Presidente português, [essa visita] é mais importante do que qualquer visita de um presidente europeu ou americano. Não é a questão de [ser] um país que vem dar mais dinheiro, é a amizade que nos liga. Para mim, esta visita é mais importante do que a visita de Joe Biden, digo isso de coração. Penso que o senhor Presidente viu a expressão do povo. (...) Somos amigos, irmãos", sublinhou Embaló.
Tomando a palavra, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que "foi uma surpresa" receber a medalha Amílcar Cabral. O Presidente português disse também que, ao chegar ontem à Guiné, sentiu no seu íntimo que o povo guineense já lhe estava a dar a medalha Amílcar Cabral, "mesmo antes de imaginar vir a recebê-la das mãos do senhor Presidente". Marcelo, recorde-se, foi saudado por uma multidão durante 2 horas ao longo de oito quilómetros na chegada a Bissau.
"De alguma maneira, esta medalha é uma medalha dada a Portugal, dada aos portugueses, numa amizade antiga, forte, sincera e, em muitos casos, apaixonada", declarou o chefe de Estado português, deixando um agradecimento ao povo guineense.
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