O 2.º ciclo é o mais curto dos quatro níveis de escolaridade obrigatória, composto apenas pelos 5.º e 6.º anos e também aquele que os alunos têm mais facilidade em completar sem reprovar.
Esta é uma das conclusões da análise feita pela agência Lusa ao cenário global no 2.º ciclo em 2018/19, em que se destaca a elevada percentagem de estudantes que o concluíram no tempo esperado.
Para os cerca de 93 mil alunos que terminaram o 6.º ano naquele ano letivo, "chumbar" foi raro e quase 86 mil (93%) conseguiram concluir o 2.º ciclo nos habituais dois anos.
Comparando com os três anos letivos anteriores, os estudantes reforçaram a tendência de melhoria já verificada anteriormente e entre 2015/16 e 2018/19 a percentagem média nacional de conclusão no tempo esperado subiu de 89% para 93%.
A média nacional é ultrapassada em 162 de 296 municípios, com 26 a conseguirem que todos os seus alunos acabassem o 2.º ciclo sem "chumbar". Castanheira de Pêra foi um deles, superando em 10 pontos percentuais a média nacional para alunos com um perfil semelhante, e superando-se a si mesma, já que em quatro anos letivos conseguiu passar dos 80% para os 100%.
Olhando para as escolas, destacam-se 178 estabelecimentos de ensino onde todos os alunos concluíram o 2.º ciclo sem reprovar, com a Escola Básica Margarida Fierro Caeiro da Matta, em Midões, Tábua, a sobressair por ser também aquela que mais superou as expectativas (esperava-se que apenas 86% dos seus alunos o fizessem).
Os bons resultados da generalidade dos alunos estendem-se também aos cerca de 33.700 que recebem os apoios de Ação Social Escolar (ASE), de acordo com a análise ao indicador equidade, criado pelo Ministério de Educação, que olha para a taxa de conclusão no tempo esperado entre estes alunos em concreto.
Em 2018/19, a média de alunos com ASE que conseguiu concluir o 2.º ciclo sem reprovar (89%) não se afastou muito da média global e superou, ainda que por pouco, as expectativas, que antecipavam que apenas 88% destes alunos conseguissem o mesmo feito.
Entre os 18 municípios onde a totalidade dos alunos mais carenciados passou para o 7.º ano sem "chumbar" no ciclo anterior, destaca-se o Sabugal, que superou em 20 pontos percentuais as expectativas.
No sentido inverso, os municípios de Arraiolos e Torre de Moncorvo são aqueles que ficaram mais aquém e onde os resultados foram piores.
Em Arraiolos, metade dos alunos com ASE "chumbou" pelo menos um ano letivo, contra a percentagem antecipada de 90%.
Em Torre de Moncorvo, o sucesso só foi conseguido por 45% dos estudantes, um número bastante inferior aos 82% esperados. O município também se destaca pela negativa com a terceira taxa de retenção mais elevada no 5.º e 6.º anos (20% e 26% respetivamente), depois de Avis e Mourão.
Estes números não refletem, no entanto, a média nacional da taxa de retenção, que é bastante mais baixa nos dois níveis de ensino (4% em ambos), e foi superada por 191 municípios no 5.º ano (64%) e 206 municípios no 6.º ano (69%).
No ano letivo 2018/19, estavam matriculadas no 2.º ciclo 198.720 alunos (99.788 no 5.º ano e 98.932 no 6.º), menos 536 do que no ano anterior, apesar do aumento registado no 5.º ano. Do total de matriculados, quatro em cada dez estudavam nos distritos de Lisboa e Porto.
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