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Com apenas dois anos de escolaridade, 2.º ciclo é feito sem "chumbar"

A maioria dos alunos do 2.º ciclo conseguiu chegar ao 7.º ano sem reprovar nos dois anos letivos anteriores, segundo dados do Ministério da Educação, que revelam uma tendência semelhante entre os estudantes com apoio de Ação Social Escolar.

Com apenas dois anos de escolaridade, 2.º ciclo é feito sem "chumbar"
Notícias ao Minuto

00:20 - 21/05/21 por Lusa

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O 2.º ciclo é o mais curto dos quatro níveis de escolaridade obrigatória, composto apenas pelos 5.º e 6.º anos e também aquele que os alunos têm mais facilidade em completar sem reprovar.

Esta é uma das conclusões da análise feita pela agência Lusa ao cenário global no 2.º ciclo em 2018/19, em que se destaca a elevada percentagem de estudantes que o concluíram no tempo esperado.

Para os cerca de 93 mil alunos que terminaram o 6.º ano naquele ano letivo, "chumbar" foi raro e quase 86 mil (93%) conseguiram concluir o 2.º ciclo nos habituais dois anos.

Comparando com os três anos letivos anteriores, os estudantes reforçaram a tendência de melhoria já verificada anteriormente e entre 2015/16 e 2018/19 a percentagem média nacional de conclusão no tempo esperado subiu de 89% para 93%.

A média nacional é ultrapassada em 162 de 296 municípios, com 26 a conseguirem que todos os seus alunos acabassem o 2.º ciclo sem "chumbar". Castanheira de Pêra foi um deles, superando em 10 pontos percentuais a média nacional para alunos com um perfil semelhante, e superando-se a si mesma, já que em quatro anos letivos conseguiu passar dos 80% para os 100%.

Olhando para as escolas, destacam-se 178 estabelecimentos de ensino onde todos os alunos concluíram o 2.º ciclo sem reprovar, com a Escola Básica Margarida Fierro Caeiro da Matta, em Midões, Tábua, a sobressair por ser também aquela que mais superou as expectativas (esperava-se que apenas 86% dos seus alunos o fizessem).

Os bons resultados da generalidade dos alunos estendem-se também aos cerca de 33.700 que recebem os apoios de Ação Social Escolar (ASE), de acordo com a análise ao indicador equidade, criado pelo Ministério de Educação, que olha para a taxa de conclusão no tempo esperado entre estes alunos em concreto.

Em 2018/19, a média de alunos com ASE que conseguiu concluir o 2.º ciclo sem reprovar (89%) não se afastou muito da média global e superou, ainda que por pouco, as expectativas, que antecipavam que apenas 88% destes alunos conseguissem o mesmo feito.

Entre os 18 municípios onde a totalidade dos alunos mais carenciados passou para o 7.º ano sem "chumbar" no ciclo anterior, destaca-se o Sabugal, que superou em 20 pontos percentuais as expectativas.

No sentido inverso, os municípios de Arraiolos e Torre de Moncorvo são aqueles que ficaram mais aquém e onde os resultados foram piores.

Em Arraiolos, metade dos alunos com ASE "chumbou" pelo menos um ano letivo, contra a percentagem antecipada de 90%.

Em Torre de Moncorvo, o sucesso só foi conseguido por 45% dos estudantes, um número bastante inferior aos 82% esperados. O município também se destaca pela negativa com a terceira taxa de retenção mais elevada no 5.º e 6.º anos (20% e 26% respetivamente), depois de Avis e Mourão.

Estes números não refletem, no entanto, a média nacional da taxa de retenção, que é bastante mais baixa nos dois níveis de ensino (4% em ambos), e foi superada por 191 municípios no 5.º ano (64%) e 206 municípios no 6.º ano (69%).

No ano letivo 2018/19, estavam matriculadas no 2.º ciclo 198.720 alunos (99.788 no 5.º ano e 98.932 no 6.º), menos 536 do que no ano anterior, apesar do aumento registado no 5.º ano. Do total de matriculados, quatro em cada dez estudavam nos distritos de Lisboa e Porto.  

Leia Também: Notas melhoram a Matemática e cada vez menos escolas "chumbam"

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