Criados em 2018, os programas 'Aldeia Segura' e 'Pessoas Seguras' pretendem criar estratégias de proteção dos aglomerados populacionais em caso de incêndios rurais e incentivar a participação das populações.
"A pandemia afetou bastante a implementação destes programas e no ano de 2020 impediu, de certa forma, que estes programas mantivessem o ritmo de implementação que vinham tendo desde 2018", disse Patrícia Gaspar em entrevista à agência Lusa.
Para a secretária de Estado, estas iniciativas foram "uma das grandes conquistas" após os incêndios de 2017, sendo um programa que tem "muito a ver com a promoção da resiliência dos espaços rurais, sobretudo nas zonas onde existem aglomerados de pessoas a viver em proximidade com área florestal".
A governante avançou que estes programas, que visam garantir uma maior proteção em caso de incêndio, existem neste momento em 627 freguesias, em 2.046 aglomerados populacionais e contam com 1.800 oficiais de segurança local.
As freguesias com estes programas têm um elevado risco de incêndio rural.
No entanto, segundo Patrícia Gaspar, este ano estão identificadas 1.022 freguesias prioritárias com risco elevado de incêndio.
"Temos ainda um grande trabalho pela frente, mas este programa não foi de todo abandonado", precisou, dando conta de que o Ministério da Administração Interna vai enviar esta semana uma circular a todos os presidentes de câmara onde estes programas ainda não existem para que adiram ao 'Aldeia Segura' e 'Pessoas Seguras'.
Patrícia Gaspar disse que a comunicação aos autarcas "pretende chamar a atenção para os benefícios deste programa".
"Agora que estamos numa situação pandémica, embora não completamente tranquila mas que já vai permitindo algumas ações de desconfinamento, estamos convencidos que é o momento que podemos de alguma forma retomar a energia deste programa porque pode efetivamente fazer a diferença", frisou.
A secretária de Estado afirmou ainda que existe um site atualizado onde todas as câmaras municipais podem obter informações sobre os programas 'Aldeia Segura' e 'Pessoa Segura'.
"A Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil está disponível para a apoiar as câmaras municipais na divulgação destes programas, porque não exige grande investimento em termos financeiros e pode ter um retorno que não tem preço, sobretudo a garantia de uma maior segurança das populações que vivem mais próximas dos espaços rurais", concluiu.
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