As autoridades de Saúde acreditam que já haja uma prevalência elevada da variante Delta (com origem na Índia) no país, sendo responsável pelo aumento de casos de Covid-19 dos últimos dias, sobretudo na região de Lisboa, afirmou esta quinta-feira a ministra da Saúde, à margem da Sessão de Abertura da apresentação do estudo 'Valorização do Desempenho do Farmacêutico Hospitalar', na sede da Ordem dos Farmacêuticos.
"Tudo leva a crer que já temos uma prevalência elevada. Sabemos que é uma variante mais transmissível, para a qual a vacina é menos efetiva", referiu Marta Temido, sublinhando que isso acontece sobretudo nos casos em que ainda só se tomou a primeira dose.
Para a governante, é "normal" que o processo de desconfinamento leve a um aumento de casos, mas "não com esta rapidez", o que leva a acreditar que o fenómeno está ligado à variante identificada pela primeira vez na Índia.
A ministra sublinha que o Governo ainda está a aguardar dados mais concretos, mas estima uma "presença maior" de casos associados a esta variante do que aquilo que foi indicado no último boletim das linhas vermelhas da pandemia (que dava conta de cerca de 100 casos da estirpe indiana).
Marta Temido garante que o "processo de vacinação está a correr bem", mas diz que "precisamos de ganhar tempo", quer para vacinar mais pessoas com a segunda dose, quer para a própria vacina fazer efeito.
"Vamos acelerar a toma da segunda dose", assegura, lembrando que, hoje, foi anunciado que vai ser estreitado o intervalo entre as tomas da vacina da AstraZeneca.
"Precisamos que, na área de Lisboa e Vale do Tejo haja mais contenção, porque estamos com muita transmissão", afirma ainda. "O essencial é que as pessoas respeitem os comportamentos porque as vacinas não resolvem todos os problemas."
[Notícia atualizada às 19h51]
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