Joe Berardo, que foi detido esta terça-feira, está "numa calma total, muito sereno", assegurou, em declarações aos jornalistas, ao final da tarde, à saída das instalações da Polícia Judiciária de Lisboa, o advogado Paulo Saragoça da Matta.
O responsável pela defesa do empresário madeirense indicou não saber o que "está em causa na investigação. Houve diligências de busca e apreensão, houve uma detenção e só amanhã é que haverá tomada de declarações".
Depois de atribuir mérito à Polícia Judiciária (PJ), nomeadamente pela "amabilidade e simpatia" dos inspetores, Paulo Saragoça da Matta criticou a forma como são feitas estas "investigações que duram cinco/seis anos e só depois é que alguém se lembra de haver uma detenção".
O causídico indicou ainda que Berardo foi detido em casa e acompanhou as buscas da Polícia Judiciária.
Questionado sobre a falta de celeridade processual e a sua eventual relação com a falta de meios de que se queixa o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), Saragoça da Matta replicou que "hoje há mais meios (de investigação) do que há 27 anos" quando se iniciou na advocacia.
Vale recordar que o empresário madeirense e o seu advogado André Luís Gomes foram hoje detidos no âmbito de uma operação que visou "um grupo económico" que terá lesado vários bancos.
A Polícia Judiciária anunciou esta manhã que fez buscas em Lisboa, Funchal e Sesimbra numa operação que visa "um grupo económico" que terá lesado vários bancos, por suspeita de administração danosa, burla qualificada, fraude fiscal e branqueamento.
A PJ indica em comunicado que se trata de um grupo "que entre 2006 e 2009 contratou quatro operações de financiamentos com a Caixa Geral de Depósitos, no valor de cerca de 439 milhões de euros" e que terá causado "um prejuízo de quase mil milhões de euros" à Caixa, ao Novo Banco e ao BCP.
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