Numa das edições mais especiais do Festival d'Avignon, que assinala o regresso do certame após o cancelamento da edição de 2020 devido à pandemia, Tiago Rodrigues foi escolhido como o próximo diretor deste encontro de teatro e artes performativas à escala global, sucedendo a Olivier Py, cujo mandato termina no próximo verão.
A estreia da mais recente peça de Tiago Rodrigues marca hoje o arranque da 75.ª edição do festival naquela localidade francesa.
O festival desenrola-se até dia 25 e "O Cerejal", de Anton Tchekhov, com encenação do diretor artístico do Teatro Nacional D. Maria II, vai fazer mais 10 récitas, para lá da estreia, até dia 17 de julho.
A apresentação da sua peça vai acontecer no emblemático e recém-restaurado Cour des Palais des Papes, o coração do Festival d'Avignon, onde Tiago Rodrigues vai dirigir, entre outros atores, a francesa Isabelle Huppert.
Em 1946, o Festival d'Avignon começou por ser uma mostra de artes plásticas organizada por René Char, Christian Zervos e Yvonne Zervos, à qual se juntou Jean Vilar, ator e encenador, com três peças de teatro.
Dramaturgo, encenador e ator, Tiago Rodrigues vem agora juntar-se a estas figuras.
Com uma carreira de mais de duas décadas, Tiago Rodrigues tem sido presença regular em palcos internacionais, tendo sempre por base Portugal, seja através da companhia que criou, Mundo Perfeito, ou do compromisso assumido com o Teatro Nacional D. Maria II, em Lisboa, que dirige desde 2014 e onde viu recentemente renovado o mandato até 2023.
Prémio Pessoa em 2019, Tiago Rodrigues foi cofundador e diretor artístico da companhia Mundo Perfeito, tendo, ao longo de cerca de uma década, criado mais de 30 peças, apresentadas em cerca de 15 países da Europa, América do Sul, Médio Oriente e Ásia.
A primeira presença de Tiago Rodrigues no Festival d'Avignon aconteceu em 2015, onde apresentou a peça "António e Cleópatra", tendo voltado nos anos seguintes com diferentes trabalhos.
Na corrida à liderança deste festival estava ainda outro português, José Manuel Gonçalves, diretor do CentQuatre, um dos templos de teatro e arte contemporânea, em Paris, e também Claire Lasne Darcueil, diretor do Conservatório, assim como Romaric Daurier diretor do teatro Phénix, em Valenciennes.
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