Os advogados chegaram ao Tribunal Central de Instrução Criminal pouco depois das carrinhas que transportavam os quatro detidos no processo 'Cartão Vermelho', que deram entrada às 08:49, para prosseguirem os primeiros interrogatórios judiciais.
"Não se trata de acreditar ou não acreditar. Diria que não se justifica rigorosamente de forma nenhuma", indicou Tiago Rodrigues Bastos aos jornalistas, quando questionado se acredita numa medida de coação preventiva de liberdade para os arguidos, tendo acrescentado: "A indiciação não faz muito sentido. A seu tempo, explicaremos".
Como tal, o causídico admitiu que Tiago Vieira poderá "prestar alguns esclarecimentos", de forma que se possam ultrapassar "algumas dúvidas que existam", num processo que "é muito grande" e que "demora algum tempo a ser visto", realçou.
Magalhães e Silva, que representa Luís Filipe Vieira, vincou que não se encontra preocupado com os indícios que constam nos autos, num dia em que o presidente benfiquista será ouvido, embora não se sabendo se "pode demorar ou ser rápido", pois "tudo vai depender da duração dos interrogatórios" aos detidos no processo.
Já o advogado João Carlos Silva, representante do empresário José António dos Santos, conhecido como "o rei dos frangos", foi perentório ao sublinhar que o seu constituinte "não fez nada de ilegal, nem moral, e muito menos praticou qualquer crime".
Sem prestar quaisquer declarações, a advogada do agente de futebol Bruno Macedo, Paula Lourenço, foi a última a chegar às instalações do tribunal criminal, em Lisboa.
O empresário e presidente do Benfica Luís Filipe Vieira, de 72 anos, foi um dos quatro detidos na quarta-feira numa investigação que envolve negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, com prejuízos para o Estado e algumas sociedades.
Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar "crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais".
Para esta investigação foram cumpridos 44 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.
No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como "o rei dos frangos".
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