"O Governo não faz da matriz de risco que apresentou a única possível e está sempre disponível para a melhorar. Agora, nós ganhamos com a previsibilidade e com a utilização no tempo do mesmo instrumento", disse a ministra, na conferência de imprensa que se seguiu a Conselho de Ministros.
"Chegaremos ao Infarmed [a reunião que junta peritos e políticos] prontos para ouvir em que situação nos encontramos, que medidas podem vir a ser necessárias e que sistemas de acompanhamento podem acontecer a partir de agora, no momento em que temos uma percentagem muito significativa da população adulta já vacinada e todas as idades de maior risco já vacinadas", acrescentou.
Mariana Vieira da Silva considerou que a atual matriz foi "muito útil" entre março e junho deste ano na "resolução de muitos problemas" que surgiram "no território" e deu como exemplo o surto de Odemira, que "está hoje numa zona de baixo risco".
A ministra lembrou que "a matriz de risco é um instrumento que resulta de várias propostas de peritos" e "tem a vantagem de ser compreensível" e permitir "que cada concelho possa antecipar as medidas com as quais pode vir a viver nas semanas seguintes".
O Governo adotou, em março, uma matriz de risco da pandemia composta pela taxa de incidência de novos casos de infeção a 14 dias e pelo índice de transmissibilidade do vírus (Rt), que estima o número de casos secundários de infeção resultantes de uma pessoa infetada com o SARS-CoV-2.
Além desta matriz, as autoridades de saúde divulgam, semanalmente, o relatório das "linhas vermelhas" da pandemia, composto por vários indicadores como o número de casos de infeção a 14 dias, o valor do Rt, o número de internados em cuidados intensivos, a proporção de testes positivos e de casos notificados com atraso e a evolução das variantes do vírus em circulação no país.
Uma equipa de especialistas apresentou na quarta-feira um novo indicador para determinar o estado da pandemia, esperando que seja adotado como futura matriz.
A proposta, que resultou de um "trabalho de equipa" de especialistas do Instituto Superior Técnico e da Ordem dos Médicos, não deita fora os dois indicadores existentes -- incidência e transmissibilidade (Rt) --, mas complementa-os com mais três: letalidade, internamentos em enfermaria e internamentos em unidades de cuidados intensivos (UCI).
Na quarta-feira, o Ministério da Saúde garantiu que os indicadores propostos pela Ordem dos Médicos já são considerados nas decisões sobre pandemia e remeteu eventuais alterações para depois da próxima reunião do Infarmed.
A pandemia de covid-19 provocou pelo menos 4.061.908 mortos em todo o mundo, segundo o balanço mais recente da agência France-Presse.
Em Portugal, desde o início da pandemia, em março de 2020, morreram 17.187 pessoas e foram registados 920.200 casos de infeção, de acordo com a Direção-Geral da Saúde.
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