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Bolieiro justifica unidade de radioterapia com dignidade do doente

O presidente do Governo Regional dos Açores, José Manuel Bolieiro, defendeu hoje que, em Saúde, a dignidade das pessoas deve estar acima dos números, na inauguração da unidade de Angra do Heroísmo da Clínica de Radioncologia Madalena Paiva.

Bolieiro justifica unidade de radioterapia com dignidade do doente
Notícias ao Minuto

13:32 - 06/09/21 por Lusa

País Açores

O presidente do executivo açoriano, da coligação PSD-CDS-PPM, defendeu que "a responsabilidade do investimento público não é em função da matemática financeira, é sim da oportunidade de dignificar a vivência humana", sublinhando que para o atual executivo "a saúde é uma prioridade".

O governante falava no Hospital de Santo Espírito da Ilha Terceira, em Angra do Heroísmo, onde foi hoje inaugurada a segunda unidade de radioterapia dos Açores, numa parceria com a empresa Joaquim Chaves Saúde, que assegura o mesmo serviço na ilha de São Miguel.

O equipamento de radioterapia, que resultou de um investimento conjunto do Governo Regional e da empresa, com recurso a fundos comunitários, foi instalado no hospital em 2016, mas o anterior Governo Regional (PS) não avançou com a criação da unidade, justificando-o com o rácio de casos e a falta de radioncologistas.

"A realidade dos Açores - é nossa profunda convicção - na sua geografia dispersa, adversa, na difícil mobilidade, na assimetria da demografia de cada uma das nossas ilhas, evidencia diferenças, constrangimentos, dificuldades, mas o entendimento deste governo quanto à dignidade é pela igualdade de tratamento, é pelas oportunidades de servir, em vez da desculpa dos constrangimentos, para que as desculpas não desvalorizem as culpas", salientou José Manuel Bolieiro.

O governante disse que não foi com "admiração" ou "surpresa" que o executivo açoriano concretizou "o que antes parecia ser difícil e uma impossibilidade".

Bolieiro destacou, ainda, a "boa e frutuosa parceria entre a oferta pública do serviço e a disponibilidade técnica e profissional de privados".

"Do sonho transformado em expectativa com realização física se consegue, em 2021, passar da palavra ao ato e à concretização", frisou.

O presidente do conselho de administração da empresa Joaquim Chaves, Joaquim José Chaves, lembrou que a empresa "abordou pela primeira vez o Governo da Região Autónoma dos Açores" em 2002, "manifestando o seu interesse em ser uma resposta válida para o tratamento oncológico na região".

"Depois dessa manifestação de vontade e do desafio lançado, muitas foram as peripécias que tivemos de vencer", apontou.

A primeira clínica de radioncologia da empresa nos Açores foi inaugurada em 2016, em São Miguel, e desde então foram tratados "aproximadamente 1.900 doentes oncológicos açorianos".

"Depois de termos sonhado que os doentes oncológicos açorianos com indicação para recorrerem a tratamentos de radioterapia não deveriam ter de sair da sua região e de se afastarem das suas famílias, conseguimos finalmente concretizar o primeiro passo do nosso desígnio", salientou Joaquim José Chaves.

Quanto à unidade inaugurada, o administrador disse o percurso foi "atribulado, não tanto pelo tempo que demorou a empreitada, mas pela longa discussão das razões que deveriam ou não justificar a abertura da nova unidade na região".

A nova unidade de radioterapia, que irá tratar preferencialmente doentes de sete ilhas dos Açores (Terceira, São Jorge, Graciosa, Faial, Pico, Flores e Corvo), terá uma equipa permanente de 15 funcionários, incluindo uma médica radio-oncologista contratada pelo hospital.

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