Juiz travou escutas a irmãos suspeitos de pertencerem ao Daesh detidos cá
Decisão foi alvo de contestação pelo Ministério Público. Tribunal de Relação de Lisboa revogou o despacho de Ivo Rosa.
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País Daesh
O juiz Ivo Rosa indeferiu o pedido de renovação de escutas telefónicas e de varrimento eletrónico aos irmãos iraquianos Yasir e Ammar Ameen, de 32 e 34 anos, que acabaram por ser detidos, em Lisboa, por serem suspeitos de pertencerem ao Estado Islâmico, avança o Diário de Notícias.
Os dois homens, acrescenta o Expresso, estavam a ser alvo de interceções telefónicas pouco tempo depois de começarem a ser investigados, no verão de 2017.
As escutas foram autorizadas pelo juiz até fevereiro de 2018, mas, chegada a altura de as renovar, este negou, argumentando que as interceções não tinham tido "interesse para a prova ou para a investigação".
A decisão do juiz - agora 'encarregue' da Operação Marquês, que tem em José Sócrates um dos principais arguidos -, foi alvo de protesto do Ministério Público (MP), que recorreu.
Contam as publicações que foi o Tribunal de Relação de Lisboa quem revogou o despacho de Rosa, dando razão aos argumentos do MP. Contudo, a investigação chegou mesmo a ficar parada durante cerca de três meses.
António Costa com Yasir Ameen durante uma visita ao restaurante Mezze© reprodução Twitter / @antoniocostapm
Recorde-se que a Polícia Judiciária (PJ) informou que em causa estão indícios da prática dos crimes de adesão e apoio a organização terrorista internacional, terrorismo internacional, e crimes contra a humanidade.
"As provas recolhidas indiciam que estes dois indivíduos assumiram distintas posições na estrutura do ISIS / Daesh, sendo os mesmos igualmente objeto de investigação por parte das competentes autoridades judiciárias iraquianas", refere a nota, sublinhando não existirem por agora indícios de que os crimes que são imputados aos dois indivíduos tivessem sido cometidos em Portugal.
A operação foi conduzida pela Unidade Nacional Contraterrorismo (UNCT) da PJ, chefiada por Manuela Santos, e contou também com a colaboração do Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) e, a nível internacional, com o apoio de autoridades judiciárias iraquianas, através da UNITAD-ONU.
Nas detenções e buscas estiveram ainda a magistrada do Ministério Público titular do inquérito e elementos da investigação criminal e peritos da Unidade de Perícia Tecnológica Informática (UPTI) da PJ.
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