Fernando Medina, enquanto presidente da Câmara Municipal de Lisboa, fez, ao início da tarde desta sexta-feira, uma declaração em reação à morte de Jorge Sampaio, que classificou de "uma referência para gerações de portugueses".
"Uma referência de coragem, uma referência de luta pelos valores da Democracia e da Liberdade, desde as lutas estudantis de 62, ao seu passado como advogado defensor de resistentes antifascistas e à sua luta como Presidente da República na independência de Timor-Leste", prosseguiu.
O atual autarca e recandidato à capital recordou Sampaio como "um grande presidente de Câmara Municipal". "Certamente um dos seus mais destacados presidentes de Câmara. O seu legado é vastíssimo: desde a ligação da cidade ao rio, ao seu planeamento estratégico, mas, acima de tudo, o avanço profundo que foi dado no sentido de uma cidade mais digna e mais justa, pois a ele se deve o grande impulso nos planos de construção social e de erradicação das barracas na cidade de Lisboa", asseverou.
Este é, assim, um "dia de profunda tristeza", da "perda para o país e, sobretudo para a cidade, de um homem bom". Um "homem de visão, de coração, que esteve sempre presente. Que nos ajudou sempre, na cidade de Lisboa, a prosseguirmos um caminho da Liberdade, da Democracia, da Justiça".
Jorge Fernando Branco de Sampaio, que nasceu em Lisboa em 1939, foi Presidente da República durante dois mandatos, entre 1996 e 2006. Em 1989, foi eleito líder do Partido Socialista e na mesma altura foi eleito presidente da Câmara de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.
Após a passagem pela Presidência da República, foi nomeado em 2006 pelo secretário-geral da Organização das Nações Unidas enviado especial para a Luta contra a Tuberculose e entre 2007 e 2013 foi alto representante da ONU para a Aliança das Civilizações.
Já mais recentemente, presidia à Plataforma Global para os Estudantes Sírios, fundada por si em 2013 com o objetivo de contribuir para dar resposta à emergência académica que o conflito na Síria criara, deixando milhares de jovens para trás sem acesso à educação.
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