"Retirada precoce dos estímulos coloca em causa a recuperação"
Primeiro-ministro defende que "ultrapassámos cada uma das ameaças que pendiam sobre a economia" e estamos agora numa "dinâmica de convergência que importa não colocar em causa".
© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images)
Economia António Costa
António Costa alertou, esta terça-feira, que a "retirada precoce dos estímulos [na política monetária] vão colocar em causa a recuperação" económica dos Estados-membros no período pós-pandemia. O primeiro-ministro pede, por isso, maior redução no diferencial nas taxas de juro pagas pelas empresas na zona euro.
O aviso foi feito em declarações aos jornalistas no final da Sessão Solene Comemorativa do 175º Aniversário do Banco de Portugal no Museu do Dinheiro, em Lisboa.
"É fundamental que a política monetária acompanhe a evolução das nossas economias, assegurando uma recuperação robusta e sustentada de todos os países da área do euro. Uma retirada precoce dos estímulos, sem a necessária flexibilidade ou gerando incerteza, colocará em causa a força da recuperação", advertiu.
Para Costa, "se é verdade que o diferencial da taxa de juro paga pelas empresas portuguesas face às empresas da área do euro é seis vezes menor do que era na crise financeira, é também verdade que permanece positivo, criando uma desvantagem comparativa, sobretudo para as pequenas e médias empresas nacionais".
O primeiro-ministro apontou também a convergência com a União Europeia, no sentido de conseguir a recuperação económica pois só assim poderemos, sublinha, em conjunto, entrar numa trajetória de crescimento.
“O PIB real português cresceu acima do europeu”, referiu Costa, acrescentando que “hoje, ultrapassámos cada uma das ameaças que pendiam sobre a nossa economia, estamos numa dinâmica de convergência que importa não colocar em causa".
António Costa realçou que em Portugal se estima um crescimento económico elevado para 2021 e 2022 e sublinhou: “São as contas certas que garantem a credibilidade de Portugal”.
"Permite-nos retomar a trajetória de convergência com a área do euro, que se tinha verificado entre 2015 e 2019, em que Portugal apresentou um crescimento acumulado de 11,5%, consideravelmente acima do registado na zona euro (8,1%) ou mesmo no conjunto da União Europeia (9%). Os dados mais recentes, relativos ao terceiro trimestre de 2021, em que o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu, em termos reais, 4,2% face ao período homólogo - bem acima da zona euro (3,7% em termos homólogos) - reforçam a confiança de que Portugal continuará a convergir nos próximos anos."
[Notícia atualizada às 10h53]
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