"Vamos passar por uma fase em que está quase tudo contra nós"

A ministra da Saúde afirmou, esta sexta-feira, que na fase que se aproxima vai "estar quase tudo contra nós" no que diz respeito à pandemia. "O frio, a questão da maior transmissibilidade em ambientes que não são tão arejados quanto deviam ser e o convívio associado às festas da quadra natalícia" são três "elementos de enorme preocupação", disse Marta Temido.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images

Melissa Lopes
26/11/2021 10:29 ‧ 26/11/2021 por Melissa Lopes

País

Pandemia

Em declarações aos jornalistas em Coimbra, no final de uma deslocação ao Instituto Português de Oncologia (IPO), onde inaugurou o novo acelerador linear e visitou a empreitada do novo edifício de cirurgia e imagiologia, Marta Temido comentou as medidas anunciadas ontem pelo primeiro-ministro, umas que entram em vigor já no dia 1, e outras, mais restritivas, que vigoram na primeira semana de janeiro (teletrabalho obrigatório, atraso no arranque das aulas e encerramento das discotecas). 

"O que fazemos agora é dar um sinal claro de que há medidas individuais que têm de ser tomadas agora, mas que também estamos preocupados em criar um espaço a seguir ao Natal de forma a que haja uma maior contenção da transmissão", disse a ministra, considerando as medidas anunciadas proporcionais à fase que o país atravessa. 

"Procurámos tomar medidas que, afetando o menos possível a vida e a normalidade de todos, pudessem ter o efeito pretendido de aumento da perceção do risco e incentivo às medidas não farmacológicas de controlo da transmissão", declarou a governante. Além disso, acrescentou, as medidas adicionais tomadas pelo Governo relativas a viagens e disponibilização de meios "são essenciais também" para o controlo da transmissão da doença. 

"Esperamos que, daqui até lá [à semana da contenção], consigamos travar a transmissão que hoje temos, que é muito elevada", acrescentou. "Vale a pena recordar que, a cada 15 dias, estamos a duplicar casos", alertou Marta Temido, considerando que o "risco de transmissão efetivo é muito elevado neste momento".

Marta Temido destacou também que, além da vacinação, a testagem é um "instrumento que permite, a cada momento, o estado de eventual infeção que uma pessoa tenha", lembrando que mesmo os vacinados têm de ser testados porque mesmo estando mais protegidos contra a doença grave e óbito, todos podem contrair a infeção e transmiti-la.

"É muito importante que as pessoas se testem para saber o seu estado e, sobretudo, para proteger os outros", reforçou, recordando os quatro testes comparticipados a que cada cidadão tem direito por mês, e todos os autotestes disponíveis para compra tanto em farmácias como noutras superfícies.

"É importante que as pessoas possam utilizá-los, por exemplo, antes de irem para encontros de família onde estão pessoas vulneráveis", aconselhou. 

Sobre a nova variante detetada na África do Sul, Marta Temido afirmou que "estamos muito atentos às informações partilhadas neste momento".

"Acompanhamos, naturalmente, com muita preocupação", frisou, lembrando que, como foi antecipado, "o pior cenário podia transformar-se num cenário bastante complexo se surgissem novas variantes que escapassem à proteção das vacinas", disse, dando conta que os peritos sul-africanos já estão reunidos com a Organização Mundial de Saúde para analisar a transmissibilidade e características desta nova variante. 

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