Cabo Verde vai digitalizar oito mil documentos históricos
O Arquivo Nacional de Cabo Verde iniciou os trabalhos para digitalizar e resgatar oito mil documentos históricos existentes em Portugal, no âmbito de protocolo assinado em 2019, mas que esteve parado devido à pandemia, disse hoje fonte oficial.
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País Cabo Verde
Em novembro de 2019, o Camões -- Instituto da Cooperação e da Língua assinou um protocolo para ajudar o Arquivo Nacional de Cabo Verde (ANCV) a digitalizar e resgatar oito mil documentos históricos existentes em Portugal, para estarem acessíveis aos cabo-verdianos.
Entretanto, em declarações à imprensa, o presidente do conselho diretivo do ANCV, José Maria Borges, referiu que o processo esteve parado, devido à pandemia de covid-19, que no arquipélago começou em março de 2020, e condicionou a movimentação das pessoas.
"Tentamos um ensaio em finais de 2020, fizemos uma visita, mas veio a segunda vaga que voltou a bloquear a movimentação das pessoas e fechar as instituições", recordou a mesma fonte, informando, no entanto, que desde finais de 2021 há uma técnica em Lisboa que já iniciou esse trabalho.
"Estamos em crer que nos próximos quatro, seis meses, possamos ter o primeiro balanço do trabalho que estava previsto para se fazer. Conseguimos já dar início a esse projeto que estamos em crer que em 2024/2025 podemos dar o término", previu o dirigente.
Segundo José Maria Borges, a técnica vai fazer o trabalho de identificação arquivista para depois digitalizar e, posteriormente, disponibilizar esses documentos aos investigadores.
"É toda uma sequência de trabalho para se fazer em três anos", afirmou o presidente, no âmbito de uma visita que a ministra da Modernização do Estado e da Administração Pública, Edna Oliveira, e o ministro da Cultura e das Indústrias Criativas, Abraão Vicente, efetuaram ao ANCV, na cidade da Praia.
O protocolo foi assinado visando a operacionalização do projeto "Resgate", desenvolvido por Cabo Verde para recuperar, por via digital, registos históricos existentes no Arquivo Histórico Ultramarino e no Arquivo Nacional Torre Tombo, em Portugal.
Na altura, o presidente do instituto Camões, Luís Faro Ramos, disse que o programa visa "recuperar sinais vitais do passado para iluminar o futuro".
O Camões vai financiar 80% do projeto, que tem por objetivo digitalizar um grande acervo sobre a vida de Cabo Verde no período colonial, antes da independência do país, em 1975, designadamente entre os séculos XVI e XIX.
Depois disso, os documentos serão disponibilizados ao Arquivo Nacional de Cabo Verde, que os colocará ao dispor de estudantes, investigadores e pesquisadores do país africano.
O presidente do instituto Camões disse na altura que o projeto "Resgate" é muito interessante, porque coloca a cultura no centro das prioridades da cooperação entre Portugal e Cabo Verde e é um setor prioritário no Programa Estratégico de Cooperação (PEC).
"Acho que é um projeto de muita relevância. O Camões financia 80% do projeto, que é para se estender para três anos", revelou.
O ANCV, cujos serviços funcionam no emblemático edifício da Alfândega da Praia, na zona ribeirinha da capital, foi criado em 1988, tendo como "principal missão recolher, organizar, conservar e divulgar o património arquivístico nacional".
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