Partidos concordam com problemas no SNS, mas discordam nas soluções

Os partidos concordaram hoje na identificação de alguns dos problemas do Serviço Nacional de Saúde, mas discordaram nas soluções, com Costa a insistir que PSD quer a "classe média a pagar" e Rio a acusar PS de criar uma "narrativa".

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© Pedro Pina - RTP

Lusa
18/01/2022 00:03 ‧ 18/01/2022 por Lusa

Política

Legislativas

A troca de argumentos foi feita na segunda parte do debate transmitido pela RTP em direto a partir do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas, que se focou maioritariamente no tema da saúde.

O presidente do PSD começou por dizer que o partido defende um SNS tendencialmente gratuito, e até enumerou as páginas do programa do partido em que essa expressão consta, acusando António Costa de criar uma "narrativa".

"O doutor António Costa inventou agora a narrativa de que queremos pôr os portugueses a pagar. Sim pagam, através dos seus impostos, mas mais nada do que isso", esclareceu o líder, acrescentando que o PSD também não quer privatizar o SNS.

Coisa diferente, continuou Rui Rio, é "a performance" do SNS, apontando para a falta de médicos de família, as listas de espera ou a taxa de mortalidade não covid-19.

O líder social-democrata defendeu a negociação com os setores privado e social para que sejam prestados serviços mais baratos e melhores.

Rui Rio defende assim "um novo modelo de gestão, mais planeamento e mais organização", sustentando que "o dinheiro que lá está é muito e mal gerido" e que "antes de meter mais dinheiro" há que "gerir bem" o que existe.

"O doutor Rui Rio pode jogar o que quiser com as palavras, mas a verdade é que apresentou um projeto de revisão constitucional, que vem, aliás, na esteira do que é a posição histórica do PSD - já era defendida por Manuela Ferreira Leite, por Pedro Passos Coelho - no sentido de que o SNS deve deixar de ser tendencialmente gratuito", respondeu o secretário-geral do PS na réplica.

António Costa apontou que o PSD "tem de assumir" que "deseja que a classe média passe a pagar os cuidados de saúde no SNS".

Para o PS, é importante "continuar a avançar", dotando os "cuidados de saúde primários de meios complementares de diagnóstico", tornar mais atrativa carreira de medicina geral e familiar ou "repor a carreira de técnico auxiliar de saúde", por exemplo.

"E aquilo que tem sido o equilíbrio desta governação é que temos conseguido reforçar o investimento dos serviços públicos ao mesmo tempo que temos conseguido diminuir os imposto pagos pelos portugueses", defendeu o também primeiro-ministro.

Leia Também: Saúde e estabilidade marcam debate onde Costa levou "pancada de todos"

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