A troca de argumentos foi feita na segunda parte do debate transmitido pela RTP em direto a partir do Cineteatro Capitólio, em Lisboa, com representantes das nove forças políticas que elegeram deputados nas anteriores legislativas, que se focou maioritariamente no tema da saúde.
O presidente do PSD começou por dizer que o partido defende um SNS tendencialmente gratuito, e até enumerou as páginas do programa do partido em que essa expressão consta, acusando António Costa de criar uma "narrativa".
"O doutor António Costa inventou agora a narrativa de que queremos pôr os portugueses a pagar. Sim pagam, através dos seus impostos, mas mais nada do que isso", esclareceu o líder, acrescentando que o PSD também não quer privatizar o SNS.
Coisa diferente, continuou Rui Rio, é "a performance" do SNS, apontando para a falta de médicos de família, as listas de espera ou a taxa de mortalidade não covid-19.
O líder social-democrata defendeu a negociação com os setores privado e social para que sejam prestados serviços mais baratos e melhores.
Rui Rio defende assim "um novo modelo de gestão, mais planeamento e mais organização", sustentando que "o dinheiro que lá está é muito e mal gerido" e que "antes de meter mais dinheiro" há que "gerir bem" o que existe.
"O doutor Rui Rio pode jogar o que quiser com as palavras, mas a verdade é que apresentou um projeto de revisão constitucional, que vem, aliás, na esteira do que é a posição histórica do PSD - já era defendida por Manuela Ferreira Leite, por Pedro Passos Coelho - no sentido de que o SNS deve deixar de ser tendencialmente gratuito", respondeu o secretário-geral do PS na réplica.
António Costa apontou que o PSD "tem de assumir" que "deseja que a classe média passe a pagar os cuidados de saúde no SNS".
Para o PS, é importante "continuar a avançar", dotando os "cuidados de saúde primários de meios complementares de diagnóstico", tornar mais atrativa carreira de medicina geral e familiar ou "repor a carreira de técnico auxiliar de saúde", por exemplo.
"E aquilo que tem sido o equilíbrio desta governação é que temos conseguido reforçar o investimento dos serviços públicos ao mesmo tempo que temos conseguido diminuir os imposto pagos pelos portugueses", defendeu o também primeiro-ministro.
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