Em comunicado enviado à Lusa, o sindicato refere que a empresa "deve o salário de fevereiro, bem como parte dos subsídios de férias e do Natal" aos trabalhadores.
De acordo com o sindicato, aquando da destruição do restaurante, a 06 de janeiro, "o sócio gerente comprometeu-se a assegurar o pagamento dos salários e a reabrir o estabelecimento antes do verão".
Contudo, "numa reunião realizada na quinta-feira com os trabalhadores, surpreendentemente, a gerência da empresa propôs um acordo de cessação dos contratos de trabalho aos trabalhadores com pagamento de três salários e o modelo para o desemprego, alegando que a companhia de seguros não desbloqueou as verbas necessárias para os salários".
Para o Sindicato da Hotelaria do Norte, a proposta "é inaceitável para os trabalhadores", porque não prevê o pagamento de "os demais direitos bem como das indemnizações devidas".
"Os trabalhadores receiam que o gerente do restaurante desvie o dinheiro do seguro e não reabra o estabelecimento", acrescenta o sindicato, lembrando que "o valor disponibilizado de cerca de dois milhões de euros obriga a empresa a pagar salários e a reabrir" o restaurante.
O sindicato garante ainda que se a gerência do Shis não se comprometer a respeitar os direitos dos trabalhadores, "estes vão adotar formas de luta e serão acionados os mecanismos legais".
No dia 06 de janeiro, a força das ondas apanhou pessoas e carros na marginal da Foz, bem como deixou irrecuperável aquele restaurante da praia do Ourigo.
Dois dias depois, fonte da empresa garantiu ao jornal Público que o restaurante deve reabrir a tempo do verão.
"Não só porque é vontade dos seus donos reabrir uma casa de renome, com créditos firmados para lá do Porto, mas também porque o seguro não estará interessado em pagar por muito tempo os ordenados dos 43 funcionários do estabelecimento", escrevia o Público.
Contactado pela Lusa, o presidente do sindicato, Francisco Figueiredo, disse não ter conhecimento de outros bares ou restaurantes situados na costa da zona do Grande Porto e afetados pelo mau tempo em que tenham sido colocados em causa postos de trabalho.
"O Shis era o único que funcionava a tempo inteiro, durante todo o ano e que foi afetado de forma grave. O mais comum noutros espaços é o recurso ao trabalho sazonal", explicou o sindicalista.