A freguesia de Santa Maria Maior, em Lisboa, está "apreensiva" devido às "filmagens prolongadas e com ruído" que, "durante oito noites", poderão "condicionar direito ao descanso" naquela zona da cidade. Em causa está uma produção para a plataforma de streaming Netflix.
Em comunicado a que o Notícias ao Minuto teve acesso, o Executivo da Junta de Freguesia de Santa Maria Maior "manifesta a sua apreensão e oposição face à possibilidade de ocupação abusiva do espaço público prevista num plano de filmagens noturnas apresentado pela produtora Ready to Shoot, numa produção para a Netflix, pelo impacto negativo que estas filmagens – oito noites seguidas e dois dias – causarão na qualidade de vida, no direito ao descanso e tranquilidade e no direito à mobilidade dos moradores das zonas contempladas".
As filmagens, acrescenta-se na mesma nota, estão previstas para o próximo mês de julho, num horário "compreendido entre as 18h e as 8h do dia seguinte".
A Junta de Freguesia sublinha ainda que estas irão recorrer a "efeitos de fogo, armas de fogo, colisões entre automóveis, perseguições com automóveis e motociclos, perseguições de motociclos pelas escadas e escadinhas dos bairros e outros diversos efeitos especiais na Baixa, Chiado e Mouraria", sendo que "não deixarão de provocar um grande incómodo para a população residente, sobretudo para as famílias com crianças e para os idosos."
Sublinhando que, no âmbito das suas competências, não pode "impedir estas filmagens tal como estão previstas", o Executivo "lamenta" que Carlos Moedas, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, "tenha já manifestado o seu entusiasmo pela sua realização, sem primeiro conhecer a opinião ou parecer da Junta de Freguesia".
Esta diz-se "disponível" para "encontrar uma solução razoável", mas com Miguel Coelho, o presidente, a manifestar publicamente o seu desagrado com a transformação da freguesia num "estúdio cinematográfico".
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