A informação foi avançada à Lusa pelo presidente da Associação de Ucranianos em Portugal, Pavlo Sadokha, que revelou que, às 18:30, irá realizar-se um protesto em frente à Embaixada da Rússia, em Lisboa.
Esta manifestação é promovida pela Associação de Ucranianos em Portugal, mas, segundo Pavlo Sadokha, antes haverá um outro protesto em Lisboa: "Acabei de receber uma informação da polícia, com quem estamos em permanente contacto, de que irá haver uma manifestação nos Restauradores às 14:20, mas não tenho informações sobre quem a estará a organizar".
"Está também a decorrer uma manifestação no Porto, perto do Consulado russo, que não é organizada por nós", acrescentou em declarações à Lusa, afirmando também desconhecer quem são os promotores do evento.
Também no Algarve haverá hoje um protesto junto ao consulado de Vilamoura, acrescentou Pavlo Sadokha.
As manifestações pretendem mostrar que o se está a passar na Ucrânia "não é uma intervenção militar como disse Putin, mas sim a eliminação da Ucrânia e dos ucranianos", disse o presidente da associação em declarações à Lusa.
"Nós não temos hipóteses, Putin quer que a gente se renda e quer ficar com o governo da Ucrânia. Não percebemos porque é que Putin tem ódio aos ucranianos", acrescentou, alertando para um eventual "genocídio do século XXI ao povo ucraniano, tal como aconteceu no século passado com os judeus".
Os protestos têm ainda como objetivo mostrar que a Ucrânia "precisa de apoio militar" porque "precisa de armamento suficiente para conseguir travar ataques e neste momento tem dificuldades e os ataques russos mostram essa fraqueza", disse Pavlo Sadokha.
As manifestações servem ainda para "mostrar aos portugueses que é preciso parar Putin" e apelar a quem tem negócios com a Rússia que os suspenda: "Nós pedimos toda a solidariedade e apoio para que não comprem nada a Rússia. Cada euro, cada dólar que entra na Rússia é uma bala contra um ucraniano".
Tal como aconteceu com a pandemia de covid-19, em que "o mundo mostrou que se consegue mobilizar e combater", os ucranianos pedem agora que "o mundo se una e mobilize para fazer frente à Rússia".
"Também queremos mostrar aos ucranianos na Ucrânia que não estão sozinhos e que vamos fazer tudo para os ajudar", afirmou Pavlo Sadokha.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um "pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk", no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a "desmilitarização e desnazificação" do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
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