Marcelo Rebelo de Sousa poderá visitar Cabo Delgado em agosto
O chefe de Estado português, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou hoje que falou com o Presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, sobre uma ida à província moçambicana de Cabo Delgado, que poderá acontecer já em agosto.
© Horacio Villalobos#Corbis/Corbis via Getty Images
País Moçambique
"Falando com o Presidente Nyusi, nós preparámos a hipótese de, numa futura vinda minha, porventura em agosto, a Quelimane, estudarmos uma ida a Cabo Delgado", declarou Marcelo Rebelo de Sousa aos jornalistas, num hotel de Maputo.
Questionado se irá a Cabo Delgado já em agosto, respondeu: "Não sei, se for possível. É uma hipótese que seria interessante ir a Cabo Delgado para ver o resultado daquilo que é a formação dada. Os homens que vi hoje no Chimoio partem dentro de dias já para Cabo Delgado".
O Presidente português fez um balanço "muito positivo" desta visita oficial a Moçambique e reiterou a mensagem de que "a vitória sobre o terrorismo é sempre uma realidade muito difícil, porque não supõe apenas uma vitória militar, é preciso depois uma vitória económica, social, política, administrativa".
"É preciso que as populações se fixem, tenham infraestruturas económicas e sociais, e que a normalização da vida e a segurança sejam duradouras. Isso é uma realidade mais longa", acrescentou.
Durante esta visita a Moçambique, Marcelo Rebelo de Sousa esteve em duas unidades da missão de formação militar da União Europeia (UETM), uma no Chimoio, na província de Manica, e outra no distrito da Katembe, arredores de Maputo.
No sábado, o chefe de Estado defendeu que se deve dar continuidade a esta missão de treino militar, criada em julho de 2021, que realçou ter sido impulsionada por Portugal durante a presidência portuguesa da União Europeia, no primeiro semestre desse ano.
A província de Cabo Delgado, rica em gás natural, tem sido aterrorizada desde 2017 por atos de violência por grupos armados, alguns reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
Marcelo Rebelo de Sousa assegurou que Cabo Delgado "vai continuar a ser uma prioridade", para Portugal e manifestou-se convicto de que o mesmo acontecerá com a União Europeia e de que a comunidade internacional "não vai esquecer" o assunto.
O Presidente da República disse ter verificado no terreno que a cooperação militar bilateral "está a correr bem, tal como correu ao longo de quase 30 anos", e que na cooperação no quadro da União Europeia "o moral é muito elevado" e há "muito bom ambiente".
Segundo o chefe de Estado, também está a correr "muito bem" a cooperação bilateral económica e financeira e no setor da saúde. "Também no domínio turístico, na abertura a empresas portuguesas em mais setores de atividade em Moçambique. Tem sido muito impressionante e vai continuar no futuro", considerou.
"E na cooperação política e diplomática, logo que haja Governo estará marcada uma cimeira bilateral, entre os dois países", reiterou, concluindo: "Portanto, eu diria que em tão poucos dias e em cenários muito diferentes, entre si distantes, era difícil conseguir melhores resultados".
Hoje, após regressar do Chimoio, Marcelo Rebelo de Sousa prestou homenagem aos militares portugueses que morreram em Moçambique entre 1918 e 1975, no Cemitério de S. José de Lhanguene.
O último ponto desta visita oficial de quatro dias é um encontro com a comunidade portuguesa, num hotel de Maputo.
Esta é a sua terceira deslocação enquanto Presidente da República a Moçambique, onde fez a sua primeira visita de Estado, em maio de 2016, circunscrita à capital e arredores, e regressou em janeiro de 2020, para a posse de Nyusi após a sua reeleição, ocasião em que, além de Maputo, foi à Beira.
A visita que tem planeada para agosto deste ano será para estar presente na reabertura, após restauro, da catedral de Quelimane, capital provincial da Zambézia.
[Notícia atualizada às 18h09]
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