"Tem que ficar muito claro que no território da NATO ninguém entra"

Reunião onde os aliados reafirmarão "a unidade da aliança no pilar europeu, no pilar do Reino Unido e americano". "Unidos na defesa da paz e numa afirmação muito clara de que é preciso por fim à guerra", afirmou António Costa na entrada para a cimeira da NATO, em Bruxelas.

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© PATRICIA DE MELO MOREIRA/AFP via Getty Images)

Notícias ao Minuto
24/03/2022 08:54 ‧ 24/03/2022 por Notícias ao Minuto

País

António Costa

António Costa fez, esta manhã, as primeiras declarações à chegada à cimeira da NATO, em Bruxelas, na Bélgica, onde afirmou que esta será uma reunião onde os aliados reafirmarão "a unidade da aliança no pilar europeu, no pilar do Reino Unido e americano". "Unidos na defesa da paz e numa afirmação muito clara de que é preciso por fim à guerra, é necessário reestabelecer o direito internacional com a retirada das tropas russas da Ucrânia", acrescentou. 

O primeiro-ministro fez ainda questão de salientar que, neste campo, há dois "tipos de contribuição que Portugal está a dar". "Primeiro, relativamente à Ucrânia propriamente dita. No âmbito da União Europeia estamos a aplicar todas as sanções que têm vindo a ser decretadas" e, em segundo lugar, "temos estado a fornecer quer apoio humanitário quer material, designadamente material militar e, no âmbito da NATO, temos reforçado aquilo que é a nossa participação no conjunto dos contributos de dissuasão nos países de leste", apontou António Costa. 

"A NATO é uma aliança defensiva, não desencadeia a guerra, não intervém em guerra em territórios terceiros e, por isso, não está a participar em ações militares no território da Ucrânia", sublinhou, acrescentando que a Aliança "dá apoio militar, dá apoio político, dá apoio moral, dá apoio económico". "Não intervém militarmente, mas é uma aliança defensiva. E tem que ficar muito claro que no território da NATO ninguém entra", frisou ainda. 

Sublinhando que "um minuto de guerra é tempo a mais de guerra", António Costa considerou também que este conflito tem sido conduzido "de uma forma particularmente brutal e violenta" com a "destruição massiva de cidades" e numa "falta de humanidade como eu creio que nenhum de nós tem memória de ter visto".

"A NATO não contribuirá em nada para a escalada [do conflito] e, portanto, quer a retórica da Rússia quer as decisões de por em prontidão o seu arsenal militar só contribuem para a escalada" da guerra, com a Aliança a não querer contribuir para a "lógica de agravamento da tensão". 

Disponibilidade de Portugal para reação rápida da NATO

O primeiro-ministro reiterou, na mesma ocasião, que Portugal tem forças "em estado de prontidão" para intervir na força de reação rápida da NATO, mas disse esperar que a sua utilização não seja necessária, porque significaria a necessidade de reforçar a dissuasão.

"As nossas forças estão às suas ordens, estas forças que estão integradas na força de reação rápida estão às suas ordens, e estão em estado de prontidão a cinco dias para poderem avançar se, e quando, o comandante militar da NATO para a Europa assim o entender", frisou.

António Costa sublinhou, no entanto, esperar que isso "não seja necessário", porque "seria um sinal" de que a NATO precisaria de "reforçar a mensagem de dissuasão e deixar claro que é uma aliança defensiva".

De recordar que Bruxelas acolhe hoje três cimeiras de alto nível, com os líderes da NATO, do G7 e da União Europeia a procurarem transmitir um sinal de forte unidade face à guerra lançada pela Rússia na Ucrânia, há precisamente um mês.

O Presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, de visita à Europa, participará nas três cimeiras, tornando-se o primeiro chefe de Estado norte-americano a marcar presença fisicamente num Conselho Europeu, naquela que é simultaneamente a quarta cimeira de líderes da União Europeia (UE) nas últimas cinco semanas, e na qual deverá também intervir, por videoconferência, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Portugal estará representado na cimeira da NATO e no Conselho Europeu - este último de dois dias, entre quinta e sexta-feira - pelo primeiro-ministro, António Costa.

[Notícia atualizada às 10h25]

Leia Também: AO MINUTO: Guerra dura há um mês; Três cimeiras em Bruxelas

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