O ex-diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Gandra d'Almeida pediu um parecer jurídico por considerar que não cometeu nenhuma ilegalidade ao acumular várias funções, avança a SIC Notícias.
De acordo com este canal, o ex-CEO do SNS só aceitou o convite para ser diretor do INEM na região Norte, com a contrapartida de continuar a acumular a função de cirurgião, algo que o então presidente do INEM, Luís Meira, aceitou.
A exigência de Gandra d'Almeida estaria relacionada com o facto de perder dinheiro, caso abandonasse as funções de médico tarefeiro que já acumulava no exército onde é tenente coronel. Por isso, quando foi convidado para ir para o INEM, terá deixado claro que tinha intenção de continuar a exercer as funções que antes já exercia.
No entanto, na conversa que teve com Luís Meira, o argumento usado terá sido a necessidade de “não perder mão”, ou seja, continuar a operar para não deixar de o saber fazer.
De acordo com a SIC Notícias, o estatuto de dirigente permite a acumulação de funções, desde que estas não colidam com o cargo, mas obriga a que o pedido seja formalizado, o que só terá sido feito quase dois anos depois e depois de já ter ganhado 298 mil euros através da empresa Raiz Binária, que o próprio dirigia com a mulher.
Ainda assim, Gandra d'Almeida está convencido que não cometeu qualquer ilegalidade.
Recorde-se que Gandra d'Almeida apresentou demissão do SNS depois de uma reportagem da SIC Notícias ter revelado que acumulou as funções de diretor do INEM do Norte, com sede no Porto, com as de médico tarefeiro nas urgências de Faro e Portimão e que terá recebido por esses turnos quase 300 mil euros.
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