"O primeiro-ministro ficou refém do povo português no voto de dia 30"

Marcelo Rebelo de Sousa justificou polémica em que se envolveu com o discurso da tomada de posse do Governo, no qual lançou alguns 'recados' a Costa.

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Marta Ferreira
31/03/2022 14:07 ‧ 31/03/2022 por Marta Ferreira

País

Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, justificou esta quinta-feira a polémica em que o seu discurso de tomada de posse do Governo ficou envolto, no qual 'amarrava' Costa ao poder até 2026. 

Marcelo justifica que não foi o Presidente que colocou esse peso sobre os ombros do primeiro-ministro, António Costa, mas sim o povo português.

"O primeiro-ministro ficou refém do povo português no voto de dia 30 de abril", apontou Marcelo indicando que foi isso que quis dizer no seu discurso e que essa responsabilidade foi atribuída pelos portugueses.

"Os portugueses escolheram a estabilidade, poderia haver outras saídas, mas escolheram dar maioria absoluta", recorda o Presidente da República.

Marcelo indicou ainda que a sua recomendação surge porque "é uma evidência, o voto dos portugueses" e não porque tivesse alguma indicação de que Costa pudesse estar a ponderar não concluir o mandato.

"O primeiro-ministro repisava algumas ideias minhas", explicou também reafirmando que há convergência entre Presidente e primeiro-ministro. 

O discurso que levou à polémica

De recordar que Marcelo Rebelo de Sousa, no discurso da tomada de posse, deu alguns 'avisos' a Costa, no sentido de evitar que o primeiro-ministro abandone o cargo a meio do mandato, como aconteceu em 2004 quando Durão Barroso, então primeiro-ministro, saiu para presidir à Comissão Europeia.

O chefe de Estado apelou à “segurança, estabilidade, unidade no essencial, concentração no decisivo, recusa de primazia de incertezas ou tensões secundárias”, num tempo de “muitas missões” e marcado por “difíceis embates”.

Marcelo dirigiu ainda um 'recado' a Costa sobre a confiança que os portugueses depositaram no socialista ao lhe darem maioria absoluta. “É o preço das grandes vitórias, inevitavelmente pessoais e intencionalmente personalizadas. E é sobretudo o respeito da vontade inequivocamente expressa pelos portugueses para uma legislatura", concluiu.

[Notícia atualizada às 14h20]

Leia Também: Marcelo fez avisos, Costa deu garantias. A posse do Governo de "diálogo"

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