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Hospitais do Grande Porto admitem pressão e abrem ou ponderam mais vagas

Os principais hospitais do Grande Porto abriram ou ponderam abrir em breve mais espaços covid-19 para fazer face ao aumento do número de casos de infeção na região, disseram hoje várias fontes à agência Lusa.

Hospitais do Grande Porto admitem pressão e abrem ou ponderam mais vagas
Notícias ao Minuto

18:30 - 18/05/22 por Lusa

País Covid-19

No Centro Hospitalar Universitário do Porto (CHUP), que inclui o Hospital de Santo António, na segunda-feira foi convertida uma enfermaria de especialidades cirúrgicas em área covid-19 e hoje, em três enfermarias, estão internados 68 doentes com o vírus SARS-CoV-2, o que corresponde a 91% das camas ocupadas.

Somam-se oito em cuidados intensivos, o correspondente a 80% da capacidade ocupada.

Em declarações à agência Lusa, o diretor clínico do CHUP, José Barros, descreveu que "o número e a gravidade dos doentes com covid-19 aumentou muito na última semana", o que atribui à "prevalência [da infeção] na comunidade" e a "algum desleixo dos cidadãos, designadamente em acontecimentos de massas".

Já fonte do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia/Espinho (CHVNG/E) adiantou que a taxa de ocupação das áreas afetas à covid-19 é atualmente de 100%, quer em enfermaria (52 camas) quer em cuidados intensivos (10 camas).

"A necessidade de abertura de mais camas está a ser monitorizada e avaliada diariamente, permitindo, sempre que necessário, o seu ajuste, sendo que atualmente estamos a preparar-nos para poder abrir mais uma ala de internamento dedicada à covid, caso o aumento de número de internamentos se continue a verificar", respondeu à Lusa fonte do CHVNG/E.

Ambos os centros hospitalares confirmaram à Lusa que têm profissionais de saúde infetados: 79 no CHUP e 42 no CHVNG/E.

"Hoje temos 79 trabalhadores do hospital com covid-19. No início de maio tínhamos cinco", lamentou José Barros.

Em Gaia, o recurso ao serviço de urgência também tem sofrido constrangimentos, sendo a média diária de admissões "nos últimos dias" de 621 doentes, enquanto no período pré-covid, em 2019, era de 530.

Situações semelhantes, no que diz respeito a falta de vagas, profissionais infetados e pressão no serviço de urgência, foram esta manhã descritas pelo diretor da Unidade Autónoma de Gestão de Urgência e Medicina Intensiva do Centro Hospitalar Universitário de São João (CHUSJ), no Porto.

Em declarações aos jornalistas junto ao serviço de urgência, Nelson Pereira disse que será decidido até sábado se é ativado ou não o nível 3 do plano de contingência do hospital.

"Não podemos chegar ao fim de semana sem tomar essa decisão: ou para um lado ou para o outro. A situação é grave", referiu.

Ativar o nível 3 do plano de contingência do Hospital de São João significa dar a possibilidade aos serviços para interromperem a atividade programada -- consultas e cirurgias - até 20%.

No serviço de urgência do Hospital de São João foram admitidos na segunda-feira 946 doentes e a taxa de positividade ao SARS-CoV-2 foi de 50%.

Atualmente, neste hospital estão internados cerca de 80 doentes com covid-19, 10 dos quais em cuidados intensivos.

Nelson Pereira contou que cerca de 200 profissionais estão ausentes por estarem infetados e, lembrando que o São João tem sido, na gestão desta pandemia, "uma espécie de farol" do que se vai passando no país, o diretor reiterou que a situação atual é "grave" e disse ter nota de que "os hospitais da região Norte já estão a sofrer esta pressão".

"Há dois dias, de forma unilateral, o Hospital de Santo António [no Porto] recusou doentes covid porque já não tinha vagas", contou.

Sobre desta matéria, questionado pela Lusa o diretor clínico do CHUP contou que "na tarde da passada segunda-feira, durante algumas horas, o Hospital de Santo António teve as enfermarias dedicadas à covid-19 completamente lotadas, sendo dado conhecimento à administração do Hospital de São João".

"Há um protocolo entre os dois hospitais universitários do Porto para evitar as transferências exclusivamente baseadas nas áreas de residência ou do centro de saúde, sem quaisquer vantagens para o cidadão doente", apontou José Barros.

A Lusa também contactou o Hospital Pedro Hispano, em Matosinhos, unidade hospitalar onde estão internados à data de hoje 15 doentes com o novo coronavírus, um dos quais em cuidados intensivos.

Fonte deste hospital que pertence à Unidade Local de Saúde de Matosinhos (ULSM) adiantou que foi necessário fazer alterações no que diz respeito ao planeamento associado à covid-19.

"O conselho de administração não fez qualquer alteração ao plano de contingência, nem planeia fazer esta semana", disse a mesma fonte.

Leia Também: Sindicato dos médicos exige reforço da vacina para profissionais de saúde

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