À saída de uma reunião com a direção do Sindicato dos Trabalhadores Portuários do Grupo Oriental dos Açores, em Ponta Delgada, Berta Cabral recordou que a reivindicação da antecipação da idade da reforma para os trabalhadores portuários "é uma reivindicação nacional, também dos Açores", e que "este processo está em curso com o Governo da República" desde 2016.
A secretária regional do Turismo, Mobilidade e Infraestruturas foi sensível "às razões e pretensões dos trabalhadores face ao tipo de profissão que têm, ao desgaste e dificuldade manifestada em exercer algumas funções a partir de uma certa idade".
A governante recordou que, até 1999, havia uma idade de reforma mais baixa para os trabalhadores portuários, o que foi posteriormente alterado.
"Passados todos estes anos, já a idade avançou bastante, as pessoas que estão a trabalhar na estiva têm neste momento muito mais idade do que tinham quando houve a grande reforma do setor na década de 90 e estão de novo a colocar em cima da mesa uma situação que tem a ver com a dificuldade de exercer algumas funções", declarou Berta Cabral.
A secretária regional pretende saber junto do Governo da República e da Segurança "qual é o ponto de situação deste trabalho, desde 2016, ainda com a ministra Ana Paula Vitorino", bem como saber o que "foi feito e que evolução teve".
A titular da pasta das Infraestruturas referiu que, de acordo com a OPERPDL -- Sociedade de Operações Portuárias de Ponta Delgada, Lda, "cerca de 30% dos trabalhadores portuários têm baixas frequentes".
Este é "já é um número significativo, o que faz efetivamente repensar que os portos têm que continuar a operar com eficácia e eficiência e ter pessoas a 100% em condições para trabalhar", frisou a secretária regional.
Por seu lado, o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores Portuários do Grupo Oriental dos Açores, César Viveiros, mostrou-se satisfeito com a reunião e tem "esperança que [Berta Cabral] vai procurar dentro dos possíveis, e do que é possível a nível regional, uma solução para antecipar a idade da reforma".
O responsável referiu que os trabalhadores estão com uma idade "de certa maneira já bastante avançada e exercem um tipo de serviço desgastante e perigoso, sujeito a diversas adversidades".
Os trabalhadores portuários, que vão para a reforma aos 66 anos, pretendem antecipar a sua saída, mas não têm uma idade definida, segundo César Viveiros.
"Ninguém está a ver trabalhadores com 65 anos em cima dos navios na região", disse, tendo sugerido os 60 anos como potencial idade de reforma.
O dirigente sindical referiu que, "dos 27 trabalhadores mais antigos, só dois não tiveram acidentes de trabalho e alguns [tiveram acidentes] por diversas vezes".
Neste momento existem 38 estivadores ao serviço no porto de Ponta Delgada.
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