Marido da grávida que morreu garante que ela era acompanhada e fez exames
Satgur Singh diz que relatórios não revelavam complicações, apenas que o bebé era pequeno.
© Global Imagens
País Grávida santa maria
O marido da grávida que morreu a ser transferida do hospital de Santa Maria para outra unidade pede respostas e garante que a mulher tinha sido acompanhada na Sérvia, país de onde o casal tinha chegado há 15 dias.
Em declarações à CNN, o homem de 35 anos diz que o hospital não justificou a transferência com a falta de vagas e nega o quadro de hipertensão arterial declarado no relatório hospitalar.
Satgur Singh pede agora respostas e garante que não quer processar o hospital. "Estou mal porque estou a viver duas situações difíceis: a morte da minha mulher e a minha bebé internada", afirma.
A vinda para Portugal tinha como objetivo que o primeiro filho do casal nascesse aqui.
Satgur diz não compreender o quadro de hipertensão arterial declarado no relatório do hospital e afirma que a mulher vivia uma gravidez perfeitamente normal e que tinha inclusive sido acompanhada por médicos antes de virem para Portugal, quando ainda estavam na Sérvia.
“Foi acompanhada desde o início, fez vários exames durante a gravidez e nada nos relatórios”, indicou, acrescentando que nos relatórios, nunca houve indicação de qualquer complicação de saúde, "apenas que o bebé era pequeno"
“Ela não estava a sofrer de qualquer problema, era uma grávida normal. Ela às vezes sentia dores de cabeça, mas nada de pressão arterial", revelou em entrevista ao canal.
O caso deu-se na noite de segunda-feira, quando, segundo Satgur, a mulher se começou a sentir mal no hotel.
"Ela começou a vomitar e a sentir-se mal. Chamei uma ambulância, mas esta não chegava. Tentei ligar três vezes e fui de táxi”. Terão dado entrada no hospital de Santa Maria já na madrugada de terça-feira e o homem garante que que só foram informados sobre a transferência para o hospital S. Francisco Xavier 12 horas a depois.
Hoje sabe-se que o hospital Santa Maria não tinha vagas, mas Satgur assevera que nunca foi informado, apenas lhe disseram que a situação "era crítica".
Durante a viagem, ocorreu uma paragem cardiorrespiratória, tendo sido realizados trabalhos de reanimação no transporte.
Segundo um comunicado do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN), já no Hospital São Francisco Xavier a grávida foi "submetida a uma cesariana urgente, tendo o recém-nascido, de 722 gramas, ido para a unidade de cuidados intensivos neonatais por prematuridade".
"A mãe ficou internada nos cuidados intensivos, vindo a falecer [no sábado]", indicou o CHULN, enviando "as mais sentidas condolências à família".
Em comunicado divulgado esta terça-feira, o Hospital de Santa Maria esclareceu que a morte da grávida, durante a transferência para o Hospital São Francisco Xavier, "foi inesperada" e que o desfecho poderia ter sido igual se a mulher permanecesse naquela unidade de saúde.
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