"Neste ano letivo de 2022/2023, num universo de 575 alunos que frequentarão este agrupamento de escolas, 79% optaram pela disciplina de Língua e Cultura Mirandesa, o que significa um aumento considerável em relação a anos anteriores", afirmou António Santos.
Para o responsável, a língua mirandesa "é um fator identitário importantíssimo ao nível da região do Nordeste Transmontano e que não se pode perder".
"Para nós, é um motivo de orgulho porque os alunos poderiam não optar pela disciplina de Língua e Cultura Mirandesa e ocupar os seus tempos livres de outra forma, mas preferem estudar esta língua com o apoio dos pais e encarregados de educação", disse o responsável escolar.
No seu entender, "sem dúvida que voltou a 'proua' (vaidade) e a vontade em aprender mirandês desde tenra idade".
"Para além disto, este ano estamos a preparar em conjunto com benfeitores e organismos a atribuição de alguns prémios destinados aos alunos finalistas, que acabam o 12.º ano de escolaridade, como um incentivo para a inscrição nesta disciplina", indicou o também professor.
Quanto ao recrutamento de professores de Língua e Cultura Mirandesa, que são dois, "este ano letivo também há novidades, já que não é necessária uma autorização especial para fazer a sua contração, como acontecia até aqui".
De acordo com os responsáveis escolares, o ensino do mirandês está "consolidado" nas escolas de Miranda do Douro como disciplina opcional, que começou a ser lecionada no ano letivo de 1986/87.
Desde o ano letivo 2009/2010 que o ensino do mirandês é feito de forma contínua, desde o pré-escolar até ao secundário.
Apesar do reconhecimento oficial, feito com a publicação de legislação que ficou conhecida como a Lei do Mirandês, aprovada em novembro de 1998 e promulgada em janeiro de 1999, a língua continua "a não ter um enquadramento institucional adequado", apontam os linguistas que se dedicam ao seu estudo.
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