Portugal e Espanha "empenhados em continuar a apoiar a Ucrânia"
Os responsáveis abordaram diversos temas com os homólogos espanhóis, esclarecendo ainda que, no que toca o ciberataque contra o Estado-Maior-General das Forças Armadas, é necessário "aguardar que essa investigação seja feita, de forma completa, e profunda".
© Global Imagens
País Diplomacia
O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e a ministra da Defesa, Helena Carreiras, receberam, esta quarta-feira, os seus homólogos espanhóis, José Manuel Albares e Margarita Robles, respetivamente, para a primeira reunião ministerial entre Portugal e Espanha no formato 2+2, destinada a refletir sobre os assuntos de interesse estratégico comum no contexto atual, particularmente no plano do conflito entre a Rússia e a Ucrânia.
"Portugal e Espanha estão muito firmemente empenhados em continuar a apoiar [a Ucrânia] nos quatro planos - político, militar, financeiro e humanitário", assegurou João Gomes Cravinho, em declarações aos jornalistas no Palácio das Necessidades, em Lisboa.
Segundo o responsável, não foram discutidas questões relacionadas com o alargamento da União Europeia (UE), nem com cibersegurança. Sobre este último tema, João Gomes Cravinho justificou tratar-se de algo "muito técnico, [que] os nossos especialistas estão a trabalhar e, portanto, não é algo que faça sentido discutir no plano político".
Por sua vez, Helena Carreiras classificou a cibersegurança como um "tema da maior importância", que o Governo está a acompanhar "com muitíssima atenção", mas que "está a ser averiguado pela entidade responsável, que é o Gabinete Nacional de Segurança".
"Temos que aguardar que essas averiguações e que essa investigação seja feita, de forma completa, e profunda. Há, também, um inquérito aberto pelo Ministério Público, e é muito importante que possamos ter as conclusões dessas investigações”, recordou, sublinhando que o Ministério da Defesa “tem dado toda a colaboração para que se esclareça completamente este assunto”.
Em causa está o ciberataque contra o Estado-Maior-General das Forças Armadas, no qual documentos classificados da NATO foram extraídos e colocados à venda na 'darkweb'. O Governo português ficou a par da situação através dos serviços de informações norte-americanos, por intermédio da embaixada em Lisboa, após uma comunicação que terá sido feita diretamente ao primeiro-ministro, António Costa, em agosto passado.
O encontro permitiu ainda "aprofundar dinâmicas relacionadas com o Indo-Pacífico", pelo que, segundo João Gomes Cravinho, foi "uma reunião muito rica, muito promissora para o futuro dos nossos dois países".
Já no campo da Defesa, Helena Carreiras salientou o aprofundar do "diálogo sobre temas de interesse comum, designadamente a forma como a guerra na Ucrânia está a ter impactos nesta área", assim como aquilo que Portugal e Espanha poderão "fazer em conjunto para reforçar e contribuir para iniciativas em curso quer no âmbito da União Europeia (UE), quer da NATO".
Os responsável terão, também, analisado "a nova missão de assistência humanitária e a forma como poderá vir a desenrolar-se", tendo em conta a perspetiva de Espanha, e "instrumentos como o mecanismo europeu de apoio à paz e a forma como está a ser utilizado".
"Falámos também da importância de reforçar a nossa colaboração do ponto de vista daquilo que é a resposta aos défices de investimento da Defesa e da necessidade de colocarmos as nossas bases tecnológicas e industriais em maior comunicação, aprofundando uma colaboração que já existe", através do agendamento de "uma reunião para tratar aspetos mais concretos desta colaboração no quadro europeu e no quadro da NATO", rematou a ministra.
Leia Também: Von der Leyen quer combater desinformação "tóxica para a democracia"
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com