Marcelo Rebelo de Sousa falou sobre as eleições italianas em resposta aos jornalistas, durante um encontro com emigrantes e lusodescendentes em Gustine, condado de Merced, na Califórnia, quando passava das 2h00 de segunda-feira em Portugal continental, fim de tarde de domingo na Costa Oeste dos Estados Unidos, onde são menos oito horas.
Ressalvando que não gosta "de formular juízos acerca do que se passa politicamente e eleitoralmente" noutros países, o chefe de Estado considerou que as informações disponíveis àquela hora eram "ainda muito incompletas" e referiu que "o sistema eleitoral italiano é muito complexo".
"Obviamente, a Itália é muito importante porque -- independentemente do juízo sobre o resultado, que eu não posso formular como Presidente da República -- é uma das grandes nações europeias, das grandes economias europeias. E neste momento muito sensível é fundamental, além do mais, a estabilidade nas grandes economias europeias", disse.
O Presidente da República advertiu que "os mercados financeiros são muito sensíveis a tudo o que significa imprevisibilidade ou soluções indefinidas", e acrescentou: "Vamos esperar para ver. É a eleição europeia mais importante nos próximos tempos".
Interrogado sobre as consequências que estas eleições italianas podem provocar no quadro europeu, Marcelo Rebelo de Sousa respondeu: "Não sei, vamos ver o que é que acontece".
Contudo, salientou que "a política é feita muito pelas lideranças, e as lideranças europeias dependem das lideranças nacionais", sobretudo dos países com mais peso económico, como França, Alemanha e Itália.
"Depois são esses líderes que se encontram, e o Conselho Europeu tem vindo a ganhar importância. A Comissão é muito importante, mas o Conselho Europeu tem um peso decisivo no afinar das decisões entre estados", apontou Marcelo Rebelo de Sousa.
Mais de 50 milhões de italianos foram no domingo chamados a votar nas eleições legislativas italianas em que, devido à pulverização partidária, nenhum partido deverá obter uma maioria suficiente para governar sozinho.
Partidos da direita e extrema-direita fizeram um acordo de coligação que poderá levar Giorgia Meloni ao poder e a tornar-se na primeira primeira-ministra de Itália.
De acordo com resultados parciais, esta coligação, que inclui os partidos Irmãos de Itália, liderado por Giorgia Meloni, a Liga, de Matteo Salvini, e Força Italia, de Silvio Berlusconi, obteve 43% dos votos nas legislativas.
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