Questionada pela agência Lusa, fonte da Florestgal disse que Rui Gonçalves, que tinha assumido o cargo em agosto de 2021, "foi demitido" pelo Ministério do Ambiente.
"Por ser um cargo de confiança política, apresentou a sua carta de demissão", esclareceu a mesma fonte.
Fonte oficial do Ministério do Ambiente e Ação Climática apenas indicou à Lusa que Rui Gonçalves "apresentou a sua demissão, que foi aceite", cessando funções em 31 de outubro.
O presidente cessante da Florestgal escusou-se a prestar quaisquer esclarecimentos à agência Lusa sobre a demissão.
Também o Ministério do Ambiente recusou avançar quais as razões que levaram à cessação de funções de Rui Gonçalves, nomeadamente se a demissão se deve a um artigo de opinião publicado pelo presidente da Florestgal no jornal Público, no final de setembro.
No artigo, Rui Gonçalves, partindo das consequências do grande incêndio de agosto na Serra da Estrela, tece várias críticas ao sistema, apontando para a "inutilidade" que a prevenção estrutural assumiu no combate às chamas nesse fogo, assim como para problemas de descoordenação do combate ao incêndio, com "demasiados agentes" no terreno.
"Parecíamos estar preparados para a nova geração de incêndios florestais, mas a realidade veio mostrar que a preparação não passou do papel para o terreno. Ou seja, temos muitos relatórios, programas e planos escritos e aprovados, mas não os conseguimos executar quando é necessário", escreveu Rui Gonçalves.
Rui Gonçalves foi o segundo presidente na história da Florestgal, criada em 2018, e que teve como primeiro líder o antigo deputado socialista José Miguel Medeiros, que esteve à frente da empresa até 2021, quando João Pedro Matos Fernandes, na altura ministro do Ambiente, optou por não o reconduzir no cargo.
A empresa, com sede em Figueiró dos Vinhos, foi criada após os grandes incêndios de 2017.
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