"No ensino construiu escola em torno da 'convergência dos saberes' e desses saberes produziu um manancial enorme de pensamento e reflexão sobre Portugal, tornando-o indiscutivelmente um dos mais importantes pensadores políticos do Portugal contemporâneo", escreveu Anibal Cavaco Silva numa declaração enviada à agência Lusa.
O ex-primeiro-ministro recorda o "português ilustre" e o "orgulhoso transmontano", fazendo depois a apreciação sobre "a sua vida de dedicação à causa pública como político, como intelectual e como académico".
"Como já referi em 2009, Adriano Moreira 'pertenceu à estirpe dos que permanecem fiéis à sua palavra e ao seu trajecto' -- e num tempo tão volátil como o que nos coube viver, só isso é já causa de admiração e louvor", assinala.
Cavaco Silva considera que o ex-líder do CDS e antigo ministro "soube também comunicar o seu pensamento através de uma forma extraordinariamente lúcida, até ao fim dos seus dias, num legado de verdadeiro serviço público".
"Curvo-me perante a memória do Prof. Adriano Moreira. À sua família deixo uma palavra de profundas condolências", concluiu o antigo chefe de Estado.
O antigo presidente do CDS morreu hoje aos 100 anos, confirmou à Lusa fonte do partido.
Adriano Moreira foi ministro do Ultramar no período da ditadura (1961-1963) e deputado e presidente do CDS-PP já na democracia, mantendo sempre a ligação à universidade e à reflexão em matéria de Relações Internacionais.
Com 100 anos completados em 06 de setembro passado, foi condecorado pelo Presidente da República em junho com a Grã-Cruz da Ordem de Camões.
Leia Também: Ministra da Defesa destaca "legado gigante" de Adriano Moreira