No total saíram nove membros do movimento estudantil "Fim ao Fóssil: Ocupa!", tendo ficado quatro para identificação e eventual detenção policial.
Segundo uma jovem do grupo, as quatro pessoas serão "retiradas à força" para serem interrogadas em tribunal na segunda-feira, mas, ressalvando, sem muitas certezas.
No início da noite, Alice Gato, porta-voz do movimento, organizado nomeadamente pela Greve Climática Estudantil, e integrado no movimento internacional "End Fossil Occupy!", disse que na escola António Arroio, onde nos últimos dois dias não houve aulas devido à "ocupação", estão e vão permanecer cerca de 50 alunos.
Outros tantos, disse, estão no Liceu Camões, onde vão ficar também durante todo o fim de semana.
Na Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa, os estudantes estiveram dentro das instalações, num espaço cedido pela própria faculdade e onde organizaram mesmo uma "cantina vegan", mas foram desalojados e estão agora no exterior, no jardim, onde tencionam passar o fim de semana também.
A responsável disse que os alunos já foram ameaçados de expulsão, mesmo do jardim.
Sempre dizendo que as ocupações são para continuar, Alice Gato acrescentou que na Faculdade de Ciências Sociais e Humanas os alunos, que hoje fizeram ações de sensibilização dirigidas aos restantes alunos, também vão permanecer todo o fim de semana.
O protesto terminou no Instituto Superior Técnico, porque os alunos foram forçados a sair, com alguns deles a integrarem ações noutros estabelecimentos de ensino.
Na Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, os alunos continuam o protesto, mas, segundo Alice Gato, temem ser "despejados" ainda esta noite, até pela presença da polícia no local desde a tarde de hoje, o que até agora não acontecia.
A agência Lusa constatou no local a presença policial. Os alunos em protesto reuniram-se esta noite com a direção da faculdade, mas segundo Alice Gato da reunião não resultou qualquer entendimento.
Os estudantes reivindicam principalmente o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro da Economia e do Mar, António Costa Silva, por, dizem, não ter preconceitos em relação a projetos de exploração de gás e de ser, até recentemente, presidente do Conselho de Administração de uma petrolífera.
As ocupações que começaram na segunda-feira e que não têm data para terminar coincidem com a Conferência das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas (COP27), que decorre desde domingo em Sharm el-Sheikh, no Egito, até ao próximo dia 18.
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