"Governo tem os cofres cheios" e podia ter feito mais além dos 240 euros

Tendo em conta o saldo saudável dos cofres, Luís Marques Mendes defendeu que "tinha sido possível fazer mais e mesmo assim continuar com défice baixo".

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Marta Amorim
18/12/2022 23:09 ‧ 18/12/2022 por Marta Amorim

Política

Luís Marques Mendes

No habitual espaço de opinião no Jornal da Noite da SIC, o comentador analisa o novo apoio às famílias mais vulneráveis, de 240 euros, classificando-o como uma "boa medida, positiva e necessária" - "sobretudo porque é para as pessoas mais pobres". 

"Essas [pessoas] têm um sofrimento ainda maior do que as outras. Sobretudo por causa da inflação e em particular na alimentação", frisou. 

Surgindo "sem que ninguém estivesse à espera", é uma medida "da mais elementar justiça", e não um "favor" do Governo. 

"[O Governo] pôde tomar esta decisão porque tem os cofres cheios. Ou seja, a inflação prejudica os mais pobres, mas ajuda muito o Estado. Os cofres, esses, não têm crise", apontou. 

Mas o ex-líder do Partido Social Democrata (PSD) não fica por aqui. Tendo em conta o saldo saudável dos cofres, "tinha sido possível fazer mais e mesmo assim continuar com défice baixo". Por isso, o analista considera que teria sido possível dar um aumento "aos funcionários públicos", aumentar pensionistas ou reduzir impostos na alimentação, por exemplo. 

Esta nova medida, foi, recorde-se, anunciada em entrevista do primeiro-ministro à revista Visão. Para Marques Mendes, esta foi uma estratégia para "reganhar iniciativa política". 

"As coisas não têm corrido bem ao Governo durante estes meses", recorda, anunciando as polémicas. 

Mas Costa, frisa Marques Mendes, anda "irritado". O comentador enuncia o tom da entrevista mas também a intercalação com a Iniciativa Liberal ou a 'resposta' a Carlos Moedas.

"Há várias teorias. Que ele anda irritado a intranquilo é indiscutível. Há quem diga que está cansado, porque já são sete anos - e eu acho que quem diz isso tem alguma razão. Depois há quem diga que são tiques de maioria absoluta. Pode ser verdade, mas eu acho sinceramente que isto não é normal. Um primeiro-ministro em início de mandato, com maioria absoluta... Acho que é pelo sonho europeu", atira Marques Mendes. 

Para o antigo líder do PSD, Costa quer, em 2024 "sair do Governo e ir para Bruxelas exercer o cargo de Presidente do Conselho Europeu". Sabendo agora que este sonho terá ficado pelo caminho, tal facto será a raiz da "irritação". 

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