Uma mulher ficou com compressas esquecidas no canal vaginal durante vários dias após ter estado em trabalho de parto. O caso foi denunciado após uma reclamação junto da Entidade Reguladora da Saúde (ERS) contra o Centro Hospitalar Médio Tejo (CHMT).
Segundo as deliberações do 3.º trimestre da ERS, publicadas esta terça-feira, o incidente ocorreu no dia 22 de março de 2021, quando a mulher esteve em trabalho de parto. Viria a ter alta dois dias depois, no dia 24 de março.
“Todavia, já no domicílio, e sentindo odores anormais no canal vaginal há dois dias, a utente foi observada a título particular, aí lhe tendo sido retiradas compressas do canal vaginal em avançado estado de degradação”, revela o relatório enviado disponível no site da ERS.
Após a “descoberta”, a utente dirigiu-se ao Serviço de Urgência (SU) do CHMT, onde foi submetida a uma nova lavagem do canal vaginal, não tendo sido encontradas mais compressas. Foi-lhe ainda receitado antibiótico.
Concluiu-se então que as compressas no canal vaginal foram utilizadas no âmbito do parto realizado no dia 22 de março, que não foram imediatamente retiradas após a conclusão do mesmo, “o que consubstancia uma violação do direito da utente à prestação de cuidados adequados de saúde, de qualidade e com correção técnica”.
Face ao ocorrido, foi emitida uma instrução ao centro hospitalar no sentido de garantir que são respeitados os direitos e interesses legítimos dos utentes, a existência de procedimentos internos de contagem de itens cirúrgicos e assegurar que todos os profissionais ao seu serviço respeitam as regras relativas ao procedimento interno de contagem de itens cirúrgicos.
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