Segundo o presidente do Secretariado Regional da Madeira do SINAPOL, a data da ação de protesto esteve inicialmente programada para coincidir com o período que atrai mais turistas à Festa da Flor (cortejo de domingo), o que suscitou críticas por parte de entidades regionais, nomeadamente da direção da Associação de Comércio e Indústria do Funchal (ACIF).
A presidente da ACIF, Cristina Pedra, considerou, em declarações à Lusa, que é "legítimo pugnar pelos direitos", contudo, recordou que a preocupação da associação é a defesa da economia, dos empresários e dos postos de trabalho.
"Nós consideramos a Madeira uma região muito segura, esse, aliás, é o cartaz com que se tem vendido a Madeira ao longo de anos, e, com o esforço que tem sido feito, apenas nos preocupa que seja denegrida a imagem da segurança do destino e é essa a única razão que nos preocupa", afirmou Cristina Pedra.
Luís Costa, por sua vez, justificou que a intenção do sindicato não foi prejudicar a Madeira, mas sim "mostrar a quem visita a região as dificuldades por que passam os polícias".
Nos panfletos estão expressas as razões do protesto, como os cortes orçamentais e questões relacionadas com os serviços de saúde para profissionais e família, a par de informações úteis para os visitantes, como o número a contactar em caso de emergência.
"Nós temos na polícia um índice muito acentuado de camaradas que estão em dificuldades", alertou o dirigente sindical, acrescentando ter conhecimento, na Madeira, de "quatro ou cinco casos que estão em situações delicadas, de pessoas que tiveram de abandonar as casas para ir viver com os pais ou que estão em dificuldades para cumprir os seus compromissos relacionados com a aquisição de habitações".
Para Luís Costa, porém, "é importante dizer que, apesar de todas as dificuldades que os polícias têm, estão cá para poderem prestar aquilo que juraram, que foi proteger Portugal e os cidadãos".
Eduardo Monteiro, um dos passageiros que chegava ao aeroporto da Madeira e foi confrontado com a ação do SINAPOL, disse concordar com este protesto, já que "tudo aumenta" e os salários não seguem a tendência.
À chegada ao aeroporto, outro visitante do arquipélago, Nuno Cunha, sublinhou que "toda a gente está a protestar, ninguém está satisfeito com os cortes".
"Acho que é normal todos terem direito a protestos nesta situação e não me parece que seja uma má imagem para o país", acrescentou.