O inquérito, realizado em dezembro em nove países da União Europeia (UE) pela rede Euroskopia, resultou num apoio de quase metade (48%) dos inquiridos a um fim rápido da guerra, mesmo que isso signifique que a Ucrânia abdique de partes do seu território.
Os resultados mostram que a Áustria (64%) é o país em que esta opção registou maior apoio, seguida de Alemanha (60%), Grécia (54%), Itália (50%) e Espanha (também 50%), disse a Euroskopia no seu 'site', consultado hoje pela Lusa.
Em Portugal, 45% dos inquiridos opuseram-se à ideia de a Ucrânia desista de partes do seu território para acabar a guerra que a Rússia iniciou há quase um ano, em 24 de fevereiro.
Também 48% dos cidadãos nos Países Baixos e 42% na Polónia rejeitaram essa hipótese, segundo a mesma fonte.
O estudo foi realizado na Alemanha, Áustria, Espanha, França, Grécia, Itália, Países Baixos, Polónia e Portugal.
Pelas informações disponibilizadas no 'site', foram inquiridos mil adultos em cada país, num total de 9.000 entrevistas.
A Euroskopia é uma rede de empresas de pesquisa de mercado europeias que tem a Pitagórica como parceira em Portugal.
Depois de ter anexado a Crimeia em 2014, a Rússia declarou, no final de setembro do ano passado, que as regiões ucranianas de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia passaram a fazer parte da Federação Russa.
A anexação dos cinco territórios não foi reconhecida pela Ucrânia nem pela generalidade da comunidade internacional.
As autoridades de Kiev exigem a devolução dos territórios anexados como condição para negociar um acordo de paz com Moscovo.
Essa condição faz parte de um plano de paz que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, apresentou em novembro, ao participar numa cimeira do G20, o grupo que reúne as 19 economias mais desenvolvidas e a UE.
Desde então, Zelensky tem reafirmado que a questão da restauração da integridade territorial da Ucrânia não é negociável.
Já Moscovo rejeitou tal condição para negociar o fim da guerra, argumentando que Kiev tem de aceitar as "realidades de hoje", como lhe chamou o porta-voz do Kremlin (Presidência), Dmitri Peskov, em dezembro.
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