João Paulo Encarnação, da Associação de Proteção Civil, referiu, esta segunda-feira, na CNN, que se Portugal for atingido por um sismo de 7.8 na escala de Ritcher, como foi a Turquia, "a situação não será muito diferente" da que estamos a observar, devido às "vulnerabilidades" que tem também no nosso país.
"Uma catástrofe desta magnitude convida-nos a todos a uma reflexão sobre as nossas vulnerabilidades. Sobre o ordenamento do território, as vulnerabilidades das estruturas do edificado, mas também da capacidade de resposta. Portanto é algo que, para além de preocupante, nos convida em pensar no passo seguinte", começou por dizer, apontando o dedo à construção e à gestão deste setor em Portugal.
"A Turquia tem um histórico revelador do edificado e aqui, uma vez mais, foram expostas, mas é preciso também referir que, em Portugal, caso ocorra algo desta natureza, a situação não será muito diferente ou será ainda mais grave do que estamos a observar porque não há preocupação, apesar de todos os alertas da comunidade científica, por exemplo, relativamente às nossas construções, com o isolamento de base que a engenharia civil tanto defende", atirou.
Para João Paulo Encarnação não há dúvida que as cheias em Algés, no passado mês de novembro, foram um aviso para uma situação mais grave, como a que estamos a ver hoje na Turquia e Síria. "As caves, por exemplo, serão sepulturas", avisou, acrescentando que "temos também escolas que não têm qualquer tipo de resistência antissísmica".
Desta forma, conclui o responsável da Associação de Proteção Civil, "o que estamos a observar lá fora é um pouco o espelho daquilo que podemos vir a sentir, a qualquer momento, em Portugal".
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