Caças F-16 para a Ucrânia? "É uma área onde não temos disponibilidade"

António Costa, falou, esta quinta-feira, à chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas. O dia de hoje vai ficar "obviamente marcado por esta grande oportunidade de falarmos com o presidente Zelensky", assinalou o primeiro-ministro.

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© Twitter / António Costa

Notícias ao Minuto
09/02/2023 09:04 ‧ 09/02/2023 por Notícias ao Minuto

País

António Costa

O primeiro-ministro, António Costa, falou, esta quinta-feira, à chegada ao Conselho Europeu, em Bruxelas, onde assinalou que o dia de hoje vai ficar "obviamente marcado por esta grande oportunidade de falarmos com o presidente [Volodymyr] Zelensky", fazendo um "ponto de situação sobre a situação militar" e de que "forma podemos continuar a apoiar a Ucrânia nesta luta vital contra um inimigo tão poderoso". 

No Conselho Europeu estarão também em cima da mesa "as perspetivas de como é que é possível construir a paz que é essencial" e como, depois, "podemos construir o nosso futuro em comum"

Quanto aos pedidos do presidente da Ucrânia para o envio de mais armamento e equipamentos para o país, António Costa assinalou que, "desde o princípio da guerra temos procurado apoiar - na medida das nossas possibilidades -, e à medida que os diferentes pedidos vão surgindo"

"Obviamente que o primeiro pedido, mais urgente, era o apoio humanitário, em segundo lugar também apoio material, apoio também para aquecimento neste inverno muito duro", disse.

Caças? "Aí é uma área onde não temos disponibilidade, visto que os meios que temos estão todos alocados a missões de que não podemos prescindir"

Relativo ao apoio militar, "temos dado todo o que nos tem sido solicitado e de que nós dispomos e temos disponibilidade de disponibilizar", adiantou o primeiro-ministro, recordando que "ainda ontem" teve "a oportunidade de anunciar que temos todas as condições para, no próximo mês de março, fazer a entrega dos três tanques Leopard".

"Convém recordar que além do apoio estritamente material, de que agora se fala muito em matéria militar, há outros tipos de apoios na área de formação, em que temos estado empenhados, o apoio técnico que temos estado a dar para a preparação do processo de adesão à UE, e apoios indiretos que temos dado", em matéria de acolhimento de refugiados.

No que aos caças diz respeito, o governante frisou que "não é uma questão de linha vermelha" e que, no caso português, "temos um programa de empenho dos nossos caças F-16 em vários programas da NATO", e temos, "por outro lado, um acordo de cooperação com a Roménia".

"Aí é uma área onde não temos disponibilidade, visto que os meios que temos estão todos alocados a missões de que não podemos prescindir", salientou.

Condições para a paz? "Só a Ucrânia pode definir"

Questionado sobre o momento, termos e condições para a paz, António Costa referiu que "só a Ucrânia pode definir". "A Ucrânia é o país agredido e é a Ucrânia que tem o direito de definir quais são as condições, o momento e os termos em que a paz é negociada"

"União Europeia criou, entretanto, um nível de expectativas relativamente ao futuro europeu da Ucrânia que, neste momento, não é possível frustrar"

"A ambição de todos nós é que essa paz seja possível. Esse tem de ser o objetivo. A guerra é só um meio para chegar à paz. E esta guerra, é preciso recordar, não foi desencadeada pela Ucrânia. É a Rússia que tem de perder esta guerra e é a partir daí que se constrói a paz", disse o primeiro-ministro em Bruxelas.

Sobre o presidente Zelensky, o governante frisou que "é uma personalidade que nos impressiona a todos, pela sua coragem, pela sua determinação". "Foi alguém que superou todas as expectativas". 

"Se nós recuarmos um ano atrás, quando esta guerra se iniciou, a perspetiva que muitos tinham é que esta guerra terminaria muito rapidamente, com uma vitória inevitável e esmagadora da Rússia. É extraordinária a capacidade de resistência, de mobilização, desde logo do seu povo, também de toda a comunidade internacional, em torno desta afirmação de defesa do direito internacional. E acho que é alguém que superou todas as expectativas quanto à capacidade de liderança e de afirmação", declarou.

Já quanto às aspirações ucranianas de fazer parte da União, Costa salientou que "a União Europeia criou, entretanto, um nível de expectativas relativamente ao futuro europeu da Ucrânia que, neste momento, não é possível frustrar". E mais. "Se é essencial que a Ucrânia preencha os requisitos para poder aderir, há um outro passo tão ou mais importante: A União Europeia preparar-se ela própria para o que significa acolher um país com a dimensão da Ucrânia". 

"E seguramente que esse alargamento à Ucrânia implicará necessariamente o alargamento a um conjunto de outros países, designadamente dos Balcãs Ocidentais. E, portanto, isso exige, para que tudo corra bem e não acabe numa enorme frustração para os países candidatos, que a UE se prepara do ponto de visa da sua arquitetura institucional e da sua capacidade orçamental para que esses processos sejam processos de sucesso e não uma frustração coletiva para todos nós", asseverou.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.155 civis mortos e 11.662 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

[Notícia atualizada às 10h17]

Leia Também: Marcelo concorda com envio de três Leopard 2 para a Ucrânia

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