Abusos na Igreja. Diocese de Vila Real vai remeter um caso ao MP
A Diocese de Vila Real recebeu uma lista com três nomes de padres suspeitos de abusos de menores, explicando que um caso vai ser comunicado ao Ministério Público e os outros dois já foram dispensados do sacerdócio.
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País Abusos na Igreja
A diocese transmontana divulgou hoje, em comunicado, que a Comissão Independente para o Estudo dos Abusos Sexuais de Crianças na Igreja em Portugal entregou ao bispo de Vila Real, António Augusto Azevedo, uma lista "onde constam três nomes de clérigos suspeitos de abusos de menores".
Dois nomes, segundo foi explicado, reportam-se a casos já conhecidos publicamente e que tiveram, em devido tempo, "o adequado tratamento civil e canónico tendo como resultado uma pena de suspensão e a dispensa do ministério".
O terceiro nome, acrescentou, refere-se a "um sacerdote incardinado noutra diocese que já foi informada do caso e a quem compete tomar as medidas canónicas adequadas".
"De imediato o sacerdote foi afastado por esta Diocese de Vila Real, onde reside, de toda a colaboração pastoral até a situação estar clarificada. O caso vai ser comunicado ao Ministério Público", refere a Diocese de Vila Real.
E, neste contexto, em que "se torna indispensável dar uma resposta mais eficaz ao drama dos abusos, o bispo de Vila Real decidiu reforçar a Comissão Diocesana de Proteção de Menores e Pessoas Vulneráveis com "mais pessoas de reconhecida competência".
"Com a colaboração desta comissão que passará a ser dirigida por leigos, a diocese pretende alargar as modalidades concretas de escuta e de apoio às vítimas. A comissão deverá ainda elaborar um plano de ação e um manual de boas práticas que favoreçam uma cultura de cuidado e respeito pelos menores e pessoas vulneráveis", salientou.
A Comissão Independente para o estudo dos abusos sexuais na Igreja Católica validou 512 testemunhos, apontando, por extrapolação, para pelo menos 4.815 vítimas. Vinte e cinco casos foram enviados ao Ministério Público, que abriu 15 inquéritos, dos quais nove foram arquivados.
Os testemunhos referem-se a casos ocorridos entre 1950 e 2022, o espaço temporal abrangido pelo trabalho da comissão.
A comissão entregou à Conferência Episcopal Portuguesa uma lista de alegados abusadores, alguns no ativo, tendo esta remetido para as dioceses a decisão de afastamento de padres suspeitos de abusos.
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