De acordo com o requerimento endereçado hoje ao presidente da comissão de inquérito, Jorge Seguro Sanches, o grupo parlamentar do PSD entende que "é urgente a audição do ministro João Galamba", requerendo, assim, "formalmente a sua convocatória prioritária".
Em causa está uma reunião que decorreu na véspera de uma audição da presidente executiva da TAP, Christine Ourmières-Widener, em janeiro, que contou a participação da responsável, de deputados do PS e de membros de gabinetes do Governo.
"De acordo com a CEO [presidente executiva] da TAP, o convite para a reunião partiu do Ministério das Infraestruturas. Segundo o Ministro das Infraestruturas, a manifestação de interesse na reunião partiu originalmente da TAP, no dia 16 de janeiro de 2023, tendo o seu ministério apenas anuído à sua realização", aponta o PSD, realçando que os esclarecimentos do ministro das Infraestruturas ocorreram dois dias após o conhecimento público da existência da reunião.
Já o Ministério dos Assuntos Parlamentares, de quem partiu o convite para a reunião via Teams, afirma ter apenas servido de ponte entre o grupo parlamentar do Partido Socialista e as Infraestruturas.
Neste sentido, o PSD pede também aos dois ministérios e à presidente executiva da TAP que respondam a seis questões: "De quem foi a iniciativa de realizar a reunião tida a 17 de janeiro de 2023, de que forma foi demonstrada a manifestação de interesse na realização da reunião, qual a ordem de trabalhos atribuída, quem participou, se existem resumos, notas ou ata da reunião e o que foi tratado na mencionada reunião".
Caso existam registos escritos do encontro, o PSD "solicita o seu envio à Comissão Parlamentar de Inquérito da TAP".
"Nós entendemos antecipar a vinda do senhor ministro João Galamba, para que esclareça aquilo que para nós é algo que não bate certo", disse o deputado do PSD Paulo Moniz, em declarações aos jornalistas sobre este requerimento, na Assembleia da República.
Para o PSD, as explicações dadas até ao momento causam "dúvidas profundas", que "têm de ficar cabalmente esclarecidas", daí a urgência em ouvir João Galamba, "o mais brevemente possível", mesmo tendo sido acordado que a comissão de inquérito deixaria as audições de atores políticos para uma fase mais tardia dos trabalhos.
Já quanto ao ministro das Finanças, Fernando Medina, o PSD entende não haver motivo para antecipar a audição, afirmou Paulo Moniz, apontando que, em relação a João Galamba, "há uma circunstância que mudou dramaticamente a circunstância" que a comissão de inquérito está a avaliar.
Na segunda-feira, a TVI avançou que Laura Abreu Cravo, mulher do atual ministro das Infraestruturas, João Galamba, coordena há um ano o Departamento de Serviços Financeiros no Ministério das Finanças, liderado por Fernando Medina, embora a nomeação nunca tenha sido publicada em Diário da República.
Hoje, no parlamento, Fernando Medina explicou que Laura Cravo não foi nomeada em Diário da República, porque está a exercer funções no Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais (GPEARI) do Ministério das Finanças ao abrigo da mobilidade pública, já que é quadro da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários, não tendo sido nomeada pelo Governo.
[Notícia atualizada às 16h18]
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