"A Europa tem de emergir, a União Europeia, como um poder global forte, caso contrário perdemos esta oportunidade -- sempre em cooperação com os Estados Unidos da América, com a relação transatlântica", declarou, referindo-se ao futuro quadro geopolítico pós-guerra na Ucrânia.
O chefe de Estado discursava em inglês, num hotel de Lisboa, na sessão de encerramento de um fórum empresarial, em que participou em conjunto com o seu homólogo da Letónia, Egils Levits, que se encontra em Portugal em visita de Estado.
Perante o Presidente da Letónia, Marcelo Rebelo de Sousa apelou ao fortalecimento das relações comerciais bilaterais, considerando que é preciso "fazer muito mais", e propôs uma cooperação no setor da energia, aproveitando a posição geográfica e ligações energéticas dos dois países: "Vocês trabalharão no norte, nós trabalharemos no sul".
Segundo o chefe de Estado português, Portugal e Letónia vivem "uma fase de aliança geopolítica" e são países "muito semelhantes", embora distantes: "Vocês estão numa posição geoestratégica muito importante, no nordeste da Europa, e nos no sudoeste da Europa. Ambos tendo uma dimensão universal, enquanto plataformas entre continentes, culturas e pessoas".
Marcelo Rebelo de Sousa realçou que ambos pertencem à União Europeia à NATO e referiu que Letónia e de Portugal têm candidaturas a lugares de membro não-permanente no Conselho de Segurança das Nações Unidas, respetivamente, nos biénios de 2026-2027 e de 2027-2028.
Sobre o atual quadro internacional com a guerra provocada pela invasão russa da Ucrânia, "ninguém sabe por quanto tempo", o Presidente da República considerou que esta é "uma guerra global" que "vai mudar a balança de poderes".
"Os Estados Unidos da América vão continuar um superpoder, a Rússia sairá da guerra como entrou, mas mais fraca, como poder regional, já não um poder global", prosseguiu. "E a China irá emergir, a dominar economicamente a Rússia nalguns setores", anteviu.
Foi neste contexto que Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que a União Europeia tem de emergir como "poder global forte".
"E esperamos que a Índia emerja quando assim quiser, mas que outros países possam também emergir: A África do Sul, resolvendo problemas internos, e o Brasil, resolvendo uma divisão que está realmente a partir a sociedade brasileira", acrescentou.
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