Madeira. Greve motiva novo adiamento do julgamento sobre queda de árvore

O julgamento do caso da queda de uma árvore na freguesia do Monte, no Funchal, que provocou 13 mortos e dezenas de feridos em 2017, foi hoje novamente adiado devido à greve dos funcionários judiciais.

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Lusa
03/05/2023 09:52 ‧ 03/05/2023 por Lusa

País

Justiça

O caso começou a ser julgado em 12 de abril, no Funchal, numa curta sessão marcada pela ausência dos dois arguidos.

Os advogados de defesa afirmaram na ocasião que ambos os arguidos -- a ex-vice-presidente da Câmara do Funchal Idalina Perestrelo e o então responsável pelos jardins do município, Francisco Andrade -- estavam disponíveis para prestar declarações nas sessões seguintes, agendadas para 26 e 27 de abril, que acabaram por ser adiadas.

A greve geral dos funcionários judiciais teve início em 26 de abril e termina na sexta-feira.

Idalina Perestrelo e Francisco Andrade estão acusados da prática, em autoria material, de 13 crimes de homicídio negligente, respondendo também por 24 crimes de ofensa à integridade física por negligência.

Em 12 de abril, a sessão do julgamento programada para a parte da tarde, na qual iam ser ouvidas as primeiras cinco testemunhas, foi adiada devido à greve dos oficiais de justiça.

O caso começou a ser julgado depois de a juíza Joana Dias ter decidido a separação dos processos-crime do de indemnização cível para evitar o problema de datas de prescrição.

Em 15 de agosto de 2017, no decorrer das cerimónias religiosas em honra da Assunção de Nossa Senhora, uma festa também conhecida por Dia da Nossa Senhora do Monte, a padroeira da Madeira, num dos mais concorridos arraiais do arquipélago, um carvalho com cerca de 150 anos caiu sobre a multidão que aguardava a passagem da procissão.

A queda do carvalho provocou 13 mortes (duas das quais de cidadãos estrangeiros, de nacionalidades francesa e húngara) e cerca de meia centena de feridos.

A fase de instrução do processo começou em 04 de outubro de 2019 à porta fechada, tendo sido, entretanto, suspensa devido à pandemia de covid-19.

Em fase de inquérito, o então presidente do município funchalense, Paulo Cafôfo, eleito pela coligação Confiança (PS, PND, MPT, PTP e PAN), foi constituído arguido, mas o Ministério Público acabou por não o acusar, optando pelo arquivamento, porque o autarca havia delegado as competências destes espaços noutros elementos da equipa.

A decisão foi contestada por alguns dos assistentes no processo.

Leia Também: PS e JPP na Madeira criticam carga fiscal "colonial e centralista"

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