No relatório sobre a "Evolução Orçamental das Administrações Públicas em 2022", o CFP afirma que a diminuição do défice em três pontos percentuais (p.p.) do Produto Interno Bruto (PIB), no ano passado, continuou a ser suportada pela evolução económica favorável e pela redução dos encargos com juros.
"A restante parte, que é teoricamente atribuída à ação governativa, tal como avaliada pela variação do saldo primário estrutural, contribuiu em 0,1 p.p. do PIB para a melhoria da situação orçamental", pode ler-se no relatório.
"Se a este efeito aparentemente restritivo se acrescentar o impulso orçamental expansionista de 0,3 p.p. do PIB conferido pelo PRR sobre a atividade económica em 2022 pode concluir-se que a execução orçamental das administrações públicas se traduziu num impulso para a atividade económica de 0,2 p.p. do PIB", acrescenta o organismo, realçando que "este resultado traduz uma postura expansionista da política orçamental incluindo PRR".
A retirada dos estímulos orçamentais adotados na resposta à covid-19 favoreceram a evolução ao compensarem o custo das novas medidas destinadas a mitigar os efeitos do choque geopolítico e o impacto económico e social provocado pelo aumento dos preços.
Segundo o CFP, "estes desenvolvimentos, a par do impulso expansionista conferido pelo PRR sobre a atividade económica em 2022, traduzem uma postura expansionista da política orçamental".
O défice orçamental reduziu-se em 2,5 p.p. do PIB em 2022 face ao ano anterior, para 0,4% do PIB.
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