"Algumas pessoas vão ficar durante a noite, não todas" para tentar impedir a eventual "entrada de gás, tanto por via marítima, como terrestre" no Terminal de GNL da Rede Elétrica Nacional (REN), explicou à agência Lusa a porta-voz da plataforma, Catarina Viegas.
Por volta das 13h30, um grupo de dez ativistas acorrentou-se aos portões da entrada principal da infraestrutura para "bloquear fisicamente" o seu funcionamento e alertar para a necessidade de "reduzir a utilização de um recurso fóssil não renovável", disse à Lusa Ana Maria Valinho.
Às 18h40, a jovem lisboeta continuava no local com um "cadeado de bicicleta" à volta do pescoço e, junto a ela, outros jovens com "pequenos tubos" nos braços com a frase "Parar o Gás" resistiam no acesso à porta principal do terminal, sob o olhar atento das autoridades.
"Ainda não sabemos se estas pessoas vão manter-se acorrentadas. Contudo, se não forem estas, serão outras a resistir", esclareceu Catarina Viegas, acrescentando que o protesto "está a ser positivo" porque a plataforma continua "a resistir e a fazer aquilo" a que se propôs.
Para além deste grupo, a poucos metros, numa outra entrada do Terminal de GNL, também guardada pelas forças de segurança, outro grupo de ativistas, que se concentrou junto à praia de São Torpes e percorreu essa via até à instalação portuária, mantém-se mobilizado entoando vários cânticos como "Bloqueia Sines".
Segundo a porta-voz da plataforma, durante a tarde alguns ativistas da Greenpeace e apoiantes da plataforma Parar o Gás, "bloquearam por via marítima, com recurso a barcos e os próprios corpos dentro de água, a entrada no Porto de Sines".
"Embora tivesse havido alguma intervenção policial foi possível contornar as forças policiais", afirmou.
Contudo, fonte da Polícia Marítima de Sines disse à Lusa que o Porto de Sines está a "operar normalmente, sem qualquer constrangimento".
O protesto, que juntou mais de 150 manifestantes, começou com duas horas de atraso, porque, segundo a organização, os autocarros onde seguiam foram parados e revistados em operações 'stop' da GNR perto de Sines.
Vestidos com fatos brancos, "uma espécie de uniforme de luta", explicaram aos jornalistas, os ativistas ergueram cartazes a exigir justiça climática e o fim dos combustíveis fósseis, enquanto entoavam o cântico "Gás é morte, morte é Gás".
A ação reivindica o fim do gás fóssil para a produção de eletricidade e que esta eletricidade passe a ser produzida por fontes de energia renovável até 2025.
Segundo Matilde Ventura, porta-voz da ação e um dos elementos da Climáximo, com a iniciativa os ativistas estão "a parar o crime da contínua utilização de gás fóssil no sistema elétrico" que "foi deliberadamente viciado em gás por empresas como a Galp, EDP e REN com o apoio explícito de sucessivos governos".
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