O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, recorreu às redes sociais, esta quarta-feira, para divulgar algumas imagens da inauguração de uma estátua de Eduardo Lourenço, no Jardim Gonçalo Ribeiro Telles, em homenagem ao filósofo pelo centenário do seu nascimento.
"Homenageámos Eduardo Lourenço, no centenário do seu nascimento, pelo seu legado. A sua filosofia, o seu amor a Portugal e a sua visão da Europa marcaram a nossa cultura e o nosso país", começou por escrever Carlos Moedas no Twitter.
"A estátua encontra-se no Parque Urbano Arq. Gonçalo Ribeiro Telles podendo ser visitada por todos", acrescentou o autarca, divulgado algumas imagens da cerimónia que decorreu na terça-feira, e que pode ver na fotogaleria acima.
Da autoria do artista Leonel Moura, a estátua constitui uma representação de corpo inteiro, em bronze, de Eduardo Lourenço.
Na escolha do Jardim Gonçalo Ribeiro Telles, recentemente construído na Praça de Espanha, pesou a relação que Eduardo Lourenço teve com a Fundação Calouste Gulbenkian, segundo um comunicado da Câmara Municipal de Lisboa.
O filósofo manteve ao longo de décadas uma colaboração com a Gulbenkian, onde foi administrador não-executivo entre 2002 e 2012, recorda ainda a CML no comunicado, indicando que a peça foi batizada como "Estátua Heterodoxa".
Professor, filósofo, escritor, crítico literário, ensaísta e interventor cívico, Eduardo Lourenço nasceu em São Pedro de Rio Seco, concelho de Almeida, distrito da Guarda, a 23 de maio de 1923, e morreu em Lisboa, no dia 01 de dezembro de 2020.
Considerado um dos mais prestigiados intelectuais europeus e uma das mais emblemáticas figuras do século XX português, Lourenço deixou "uma obra de vulto e um legado que o perpetuam na história do país, particularmente ao nível cultural", sublinha a autarquia.
Entre as muitas obras que assinou, destacam-se 'O Labirinto da Saudade', 'Fernando, Rei da Nossa Baviera' e 'Os Militares e o Poder', tendo sido reconhecido em Portugal, em França, onde se redicou, e noutros países como Espanha.
Entre as distinções de que foi alvo, recebeu o Prémio Camões (1996), o Prémio Vergílio Ferreira da Universidade de Évora (2001), o Prémio Pessoa (2011), o Prémio Vasco Graça Moura (2016) e a Medalha de Mérito Cultural do Governo português (2008).
Pelo Governo francês foi agraciado Oficial da ordem de Mérito (1996) e Cavaleiro da Ordem das Artes e das letras (2000). Foi ainda distinguido com a Encomienda de Numero de la Orden del Mérito Civil pelo Rei de Espanha (2009).
Eduardo Lourenço foi doutor 'Honoris Causa' pelas Universidades do Rio de Janeiro (1995), Universidade de Coimbra (1996), Universidade Nova de Lisboa (1998) e Universidade de Bolonha (2006).
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