Na segunda-feira, a plataforma sindical enviou uma carta aberta a João Costa, pedindo negociação e insistindo na recuperação do tempo de serviço. Mostrava ainda disponibilidade para terminar com as greves caso seja retomado o diálogo e assumidos compromissos negociais.
"Recusou pura e simplesmente responder às organizações sindicais", afirmou em conferência de imprensa, em Lisboa, o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira.
O dirigente, que falava aos jornalistas após uma reunião do secretariado nacional da Fenprof, insistiu na recusa da tutela em responder à carta e acrescentou que serão entregues novos pré-avisos de greve para a segunda fase dos exames nacionais.
"Identificar os problemas, calendarizar as soluções... O ministro recusou esse protocolo negocial. O ministro recusou responder à proposta que lhe foi entregue pelas organizações sindicais no dia 13 de março, no sentido de encontrarmos uma forma faseada de resolver o problema da carreira. Não respondeu sequer", criticou.
Mário Nogueira assinalou ainda a recusa em aceitar o acordo proposto no dia 06 de junho deste ano para a recuperação progressiva da carreira.
Na carta enviada na segunda-feira à tutela, as nove organizações sindicais, que incluem as federações nacionais da Educação e dos Professores (FNE e Fenprof) acusam o executivo de ter ignorado as propostas enviadas no início do ano letivo.
"Sofremos hoje as consequências da ausência de medidas apropriadas para superar os problemas", continuam, referindo matérias concretas como a falta de professores, o trabalho burocrático dos professores, a avaliação de desempenho, a monodocência, aposentação, concursos e a atratividade da profissão docente.
A discussão de algumas destas questões está prevista pelo Ministério da Educação, que está a preparar propostas sobre a burocracia e a monodocência. Quanto a outras, já foram objeto de negociação, sem receber o acordo dos sindicatos.
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