"Não há nenhuma dúvida de que a população do Oeste merece um hospital muito mais diferenciado e de muito maior dimensão", disse Manuel Pizarro, nas Caldas da Rainha, onde anunciou a escolha da Quinta do Falcão, no Bombarral, distrito de Leiria, como a melhor localização para a nova unidade hospitalar.
Isto, acrescentou o ministro da Saúde, "só é possível transformando o atual centro hospitalar, com várias unidades dispersas em várias cidades, num único edifício que tenha um certa centralidade e que permita essa concentração [de serviços] que vai permitir a diferenciação técnica do hospital".
A decisão, comunicada hoje aos 12 municípios do Oeste "não é unânime", mas é aquela que o Ministério considerou a ideal dada a localização "no centro geográfico da região, com uma belíssima acessibilidade rodoviária, a dois minutos da autoestrada 8 e a menos de quatro minutos de uma estação de caminho-de-ferro", explicou o governante.
No final de uma reunião com os autarcas, realizada na sede da Comunidade Intermunicipal do Oeste (OesteCim), nas Caldas da Rainha, o ministro adiantou que irá ser estudado o modelo de financiamento, admitindo poder "optar por um sistema de parceria público-privada para a construção e manutenção futura do hospital", ou, em alternativa, "por um sistema de financiamento baseado no Orçamento do Estado".
A previsão do ministro é de que o estudo esteja concluído até outubro, após o que será anunciado o lançamento do concurso para o projeto, de acordo com "o sistema de financiamento economicamente mais vantajoso".
De acordo com o governante, o novo hospital "vai ter cerca de 480 camas (..) e praticamente todas as especialidades médicas em adição a todas que já existem" nos três hospitais do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), entre as quais, exemplificou, "urgência de psiquiatria e um laboratório de hemodinâmica para os exames de intervenção cardíaca urgentes".
Manuel Pizarro deixou ainda a garantia de "investir, desde já, na melhoria das condições das duas unidades das Caldas da Rainha e de Torres Vedras", bem como de constituir um grupo de trabalho, com a colaboração dos municípios, para dar uma utilização futura àqueles equipamentos".
O governante pretende que aquelas unidades tenham "serviços de proximidade, meios complementares de diagnóstico e terapêutica, medicina física e de reabilitação", bem como novas repostas ao nível de cuidados continuados.
Sem se comprometer com datas para a concretização do novo hospital, o ministro estimou que a construção possa demorar "sempre dois a três anos" após o arranque da obra, pelo que, "numa perspetiva muito otimista", poderá ser uma realidade dentro de "cinco anos", afirmou.
Em novembro de 2022, a OesteCim entregou um estudo encomendado à Universidade Nova de Lisboa para ajudar o Governo a decidir a localização, documento que apontava o Bombarral como o local ideal.
Em março, as câmaras das Caldas da Rainha e de Óbidos entregaram ao ministro um parecer técnico a contestar os critérios utilizados no estudo e a defender medidas de mitigação dos impactos se Caldas da Rainha deixar de ter hospital, assim como a localização do novo hospital na confluência daqueles dois concelhos.
O novo hospital irá substituir o atual Centro Hospitalar do Oeste, que integra os hospitais das Caldas da Rainha, Torres Vedras e Peniche, tendo uma área de influência constituída pelos concelhos de Caldas da Rainha, Óbidos, Peniche, Bombarral, Torres Vedras, Cadaval e Lourinhã e de parte dos concelhos de Alcobaça e de Mafra.
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