"Enquanto comunidade, vamos tentar aparecer e já estamos a pensar num presente para o Sumo Pontífice, a marca distintiva dos guineenses, que é o "pano de pinti", assim tipificado para o Papa", anunciou o também pároco na igreja de Buba, no sul da Guiné-Bissau.
O "pano de pinti" é um pano feito à mão em tear e que é considerado uma peça de respeito e de amizade pelos guineenses. É dado a alguém por quem se tem muita estima ou consideração.
Responsável pelo processo de aquisição de vistos para os 135 jovens escolhidos nas dioceses de Bissau e Bafatá, que coordena a igreja nas regiões do leste e sul da Guiné-Bissau, Dingana Siga reforçou que o brinde ao Papa "pode chamar a atenção" em relação à delegação guineense.
Por outro lado, disse que os jovens da Guiné-Bissau estarão abertos para interagir com os católicos de todo o mundo e que ainda se farão acompanhar nas eucaristias com o tambor, que também é característico da igreja local.
Coordenador geral da delegação guineense, o frei Galiano Oliveira sublinhou os apoios que a igreja guineense tem tido por parte de diversas entidades nacionais e de portuguesas, nomeadamente da própria organização da Jornada Mundial da Juventude.
Na segunda-feira, o bispo de Bissau, Dom Lampra Cá, destacou o "apoio financeiro considerável" do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, que o recebeu em audiência, para a deslocação dos jovens à JMJ. O bispo não quis precisar o valor em causa.
Em jeito de antecipação da participação guineense no encontro com o Papa Francisco, o frei Galiano Oliveira enalteceu a abertura de espírito que disse animar os jovens do país "no encontro com os irmãos católicos".
"Mas nós vamos marcados da nossa herança cultural, da nossa herança de fé, com este catolicismo de rosto guineense", observou o frei Galiano, que nos últimos dias disse estar a dividir as tarefas na diocese de Bissau com idas e vindas ao centro de concessão de vistos para Portugal.
O responsável pelos jovens guineenses que vão à JMJ em Lisboa notou, porém, que as manifestações culturais nas atividades da igreja local acontecem "sem lesar a fé e a crença em Jesus".
No total, a delegação guineense, entre freiras, freis, padres, jovens das duas dioceses e alguns católicos, deverá ser composta por cerca de 215 pessoas, entre as quais Evaristo Sanca Napoca, que se sente "um privilegiado" pela oportunidade de poder ver o Papa "de perto".
Evaristo integra a equipa de coordenação que prepara a viagem e é nessa qualidade que lança um apelo aos outros jovens para que façam tudo no sentido de dignificar o nome da Guiné-Bissau.
"Aos meus colegas jovens católicos eu aconselho para que façamos uma boa representação para que possamos levar o bom nome do nosso país e das nossas duas dioceses, quer dizer demonstrar a nossa cultura, aquilo que é a Guiné-Bissau", sublinhou Sanca Napoca.
A delegação da igreja guineense viaja para Lisboa no próximo dia 21 e regressa no dia 12 de agosto.
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